Governo grego vai distribuir 500 milhões de euros aos mais pobres

Governo confirma ter chegado a entendimento com os credores para receber nova tranche de ajuda, sem medidas adicionais de austeridade.

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A austeridade gerou uma onda de protestos na Grécia

O primeiro-ministro grego revelou esta terça-feira que uma parte do excedente orçamental primário conseguido em 2013 será distribuido aos cidadãos mais pobres. Antonis Samaras adiantou que serão 500 milhões de euros que irão ser canalizados para cerca de 1 milhãos de gregos com necessidades financeiras profundas.

As declarações do chefe do governo helénico foram proferidas pouco depois de ter sido anunciado que havia acordo com os credores internacionais para ser desbloqueada uma nova tranche do resgate financeiro. Samaras garantiu que o entendimento não inclui novas medidas de austeridade, como a troika tinha exigido e que Atenas se recusava a aceitar. Foi, aliás, este braço-de-ferro que fez com que as negociações se prolongassem por mais de seis meses.

"Hoje, um longo período de sofrimento terminou. Um novo princípio está a ser criado", afirmou Antonis Samaras, enquanto o ministro das Finanças, Yannis Stournaras, revelava que o texto final do acordo ainda estava a ser ultimado. "Foram mais de seis meses muito, muito difíceis", afirmou o responsável das finanças helénico.

A Grécia conseguiu, no ano passado, um excedente orçamental primário de cerca de 1500 milhões de euros. Este valor da diferença entre a despesa e a receita do Estado, sem contabilizar os juros associados à dívida pública. Segundo Samaras, além dos 500 milhões de euros a distribuir aos mais pobres, o Estado irá utilizar os restantes 1000 milhões de euros para realizar pagamentos em atraso ao sector privado.

A tranche que será libertada logo que haja aprovação do acordo por parte dos ministros das Finanças da zona euro e por parte do Fundo Monetário Internacional (FMI) deverá ascender a cerca de 10 mil milhões de euros, um montante equivalente ao que a Grécia terá de amortizar até ao Verão. O Governo admite, no entanto, retomar as emissões de dívida de longo prazo, que não acontecem há quatro anos, talvez já no próximo mês de Maio.

A fragilidade das finanças públicas da Grécia já conduziu a dois resgates financeiros, com o segundo a ser acompanhado de um perdão parcial de dívida. Após seis anos consecutivos em recessão, o país deverá regressar este ano a um cenário de crescimento económico.

 

Notícia actualizada às 15h00 com novas informações

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