Privatização da TAP avança “o mais breve possível”, diz secretário de Estado

Sérgio Monteiro diz que o Governo quer esperar por melhores condições do mercado para assegurar que há mais do que um interessado na compra da companhia aérea.

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Sérgio Monteiro acredita que o processo poderá avançar no primeiro trimestre Daniel Rocha/Arquivo

O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, disse nesta terça-feira que o Governo está “criar as condições” para que a privatização da TAP, suspensa há um ano, avance “o mais breve possível, talvez no primeiro trimestre” de 2014.

O governante, que falava à margem do lançamento de um cartão bancário que vai permitir o pagamento dos bilhetes a bordo dos transportes públicos de Lisboa, afirmou que o processo só deverá avançar “quando houver condições do ponto de vista da competitividade do mercado”.  

“Essas condições são aferidas pelo Governo e não por nenhum candidato”, sublinhou, comentando as declarações recentes de Gérman Efromovich, o único candidato à compra da TAP cuja proposta foi rejeitada pelo Governo em 2012. O milionário colombiano-brasileiro disse na semana passada, em Viena (Áustria), que a estratégia da Aviaca, a empresa sul-americana que controla, “pode passar por uma empresa nova, do zero”, em alternativa à TAP.

“Não conheço as declarações, nunca comentei declarações de potenciais interessados”, afirmou Sérgio Monteiro. E continuou: “Estamos muito confortáveis na situação que temos nesta altura com a TAP. Sabemos que precisamos de ter adequada competição no mercado para reabrir o processo, não podemos voltar a ter uma situação em que um único candidato está a olhar para a nossa companhia.”

O governante salientou que a empresa de aviação “vale mais este ano do que no ano passado” e que ainda “pode crescer mais”. No entanto, em causa não está apenas a vontade do accionista. É preciso “que haja interessados em número suficiente”. “O que é necessário, sim, é que continuemos a criar condições para que a TAP continue a ser uma empresa rentável no transporte aéreo, continue a criar valor, e dessa forma haja mais interessados na nossa companhia”, afirmou.

Apesar da recente especulação sobre a possibilidade de a TAP ser vendida em bolsa, seguindo os passos dados pelos CTT, o presidente da companhia descartou essa hipótese, pelo menos numa primeira fase. Em entrevista ao PÚBLICO, Fernando Pinto considerou que "será difícil começar por aí" a segunda ronda de privatização da empresa.

Silêncio sobre privatização dos seguros da CGD
À margem do mesmo evento, o presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), José de Matos, recusou comentar o negócio que envolve chineses e norte-americanos no processo de privatização da Caixa Seguros (Fidelidade, Multicare, Seguros de Saúde, Cares, Companhias de Seguros). “Recebemos propostas, estão a ser analisadas, quando estiverem analisadas e quando for oportuno serão comunicadas as conclusões”, afirmou, nada acrescentando ao comunicado emitido pelo banco público nesta segunda-feira.

“Vou cumprir estritamente o que está no nosso caderno de encargos na condução desta operação que tem sido exemplar até agora, e vai continuar a ser exemplar”, sublinhou.

Sobre se está satisfeito com as propostas das duas companhias finalistas no concurso público de privatização do sector segurador do Estado – os fundos norte-americanos de private equity Apollo Global Management e a sociedade de capital de risco chinesa Fosun International (de Xangai, com ligação a Hong Kong) – José de Matos também recusou falar. “Nem isso posso dizer.”

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