Oposição critica execução orçamental

PS encontra "sinais preocupantes", PCP fala em catástrofe e BE diz que sacrifícios não serviram para melhorar as contas públicas.

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O Governo prevê uma queda do emprego de 3,9% Nuno Ferreira Santos

O PS considerou que a execução orçamental dos dois primeiros meses deste ano apresenta sinais “muito preocupantes” e de degradação, acrescentando que o actual Orçamento do Estado não tem qualquer relação com a realidade.

“Estes dados relativos aos dois primeiros meses permitem-nos dizer que, ano após ano, e mês após mês, a situação orçamental não melhora e, pelo contrário, apresenta sinais de degradação”, afirmou à agência Lusa o dirigente socialista Óscar Gaspar.

Dados divulgados nesta sexta-feira pelo Governo indicam que a administração central e a Segurança Social chegaram a Fevereiro com um défice conjunto de 246,9 milhões de euros, o que compara com um saldo positivo de 586 milhões de euros no período homólogo.

“O Governo, em apenas dois meses, desbarata aqui 833 milhões de euros”, declarou Óscar Gaspar. Para o antigo secretário de Estado da Saúde do Governo socialista de José Sócrates, é ainda “preocupante” verificar o crescimento de 6,9% da despesa corrente e ver cair o investimento em quase 30%.

“A área da Segurança Social é também de grande preocupação. A Segurança Social tem cada vez contas em pior situação. No ano passado tínhamos um saldo positivo de 413 milhões de euros e neste momento apresenta um saldo de 64 milhões de euros”, acrescentou.

Ao fim de dois meses de execução orçamental, o PS considera que “o Orçamento de Estado de 2013 não tem nenhum tipo de aderência à realidade”.

Já o PCP classificou como uma catástrofe a execução orçamental dos primeiros dois meses do ano, considerando que demonstra “o grau de irrealismo das previsões do Governo”.

“É uma execução orçamental catastrófica que, nos primeiros dois meses do ano, já nos pode demonstrar claramente o grau de irrealismo das previsões do Governo, infelizmente para pior”, declarou à agência Lusa o deputado comunista Miguel Tiago.

Para o PCP, estes dados mostram que “as previsões eram tão distantes como as palavras do primeiro-ministro”, além de tornarem claro que “o Governo se baseou na mentira para justificar o Orçamento do Estado”.

“Apesar do aumento da carga fiscal, a receita fiscal não cresceu. A despesa com juros aumentou. A receita fiscal da segurança social também diminuiu muito”, declarou Miguel Tiago.

 

O Bloco de Esquerda, por seu lado, considerou que os dados da execução orçamental provam que os “sacrifícios impostos” aos portugueses não serviram para beneficiar as contas públicas.

“Os dados da execução orçamental são conhecidos num dia em que o Vítor Gaspar diz que o objectivo do ajustamento orçamental seria o crescimento da economia. Estes dados confirmam que estas palavras são a anedota do dia”, comentou à agência Lusa o líder parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares.

Segundo o Bloco de Esquerda, os números “dão conta de uma economia a definhar”, com o IVA a continuar a tendência de queda. “Só prova que os sacrifícios impostos às pessoas não trouxeram benefícios para as contas públicas”, afirmou Pedro Filipe Soares.

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