Lay-off na Tecnovia abrange 330 trabalhadores

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A empresa diz que vai garantir a execução de todas as obras e trabalhos actualmente em curso Foto: Daniel Rocha

A Tecnovia afirmou que o processo de lay-off a que vai proceder abrange "cerca de 330 trabalhadores", de acordo com um comunicado da administração da empresa de construção.

"Em virtude de motivos e circunstâncias de natureza económica, de mercado e estruturais, a Tecnovia viu-se forçada a iniciar, na presente data, um processo de lay-off [suspensão temporária dos contratos de trabalho] que envolve cerca de 330 trabalhadores", lê-se na nota divulgada ontem à noite.

A empresa justifica ainda a decisão com "o actual desajustamento entre as obras em carteira e a capacidade instalada da empresa, decorrente essencialmente da acentuada diminuição do investimento público, da continuada redução do número de concursos públicos abertos e adjudicados e da suspensão dos trabalhos nas subconcessões do Baixo Alentejo e do Algarve Litoral".

Por isso, informa a Tecnovia, a decisão de "reduzir ou suspender a prestação de trabalho do referido universo de trabalhadores" tornou-se "inadiável", embora se trate de uma medida temporária, já que a empresa prevê "o reforço da carteira de encomendas, sobretudo no mercado internacional".

A empresa esclarece ainda que vai garantir a execução de todas as obras e trabalhos actualmente em curso.

No sábado, o presidente do Sindicato da Construção de Portugal, Albano Ribeiro, disse à Lusa que até 500 trabalhadores da Tecnovia podiam ir para lay-off com a eventual paragem das obras nas concessões rodoviárias Baixo Alentejo e Algarve Litoral.

Grupo Tecnovia

O Grupo Tecnovia é constituído pela Tecnovia SGPS, Tecnovia Madeira, Tecnovia Açores, Tecnovia Angola, T-Internacional Marrocos, Tecnovia Brasil, Tecnovia Ambiente, Tecnovia Parques e Tecnovia Cabo Verde.

A concessão rodoviária Baixo Alentejo, cujo contrato foi assinado em Janeiro 2009, foi adjudicada ao Grupo Estradas da Planície, liderado pela Edifer e no qual se incluem várias empresas, entre as quais a Tecnovia. Esta concessão prevê a construção de 124 novos quilómetros e a exploração e conservação de 220 já em serviço.

A Estradas de Portugal foi mandatada pelo Governo para renegociar sete subconcessões rodoviárias (duas das quais estão concluídas), a fim de atingir uma poupança nominal superior a dois mil milhões de euros nos próximos 30 anos, o prazo dos acordos assinados com as concessionárias.

Em causa estão as subconcessões Transmontana, Douro Interior, Baixo Alentejo, Litoral Oeste, Algarve Litoral e Pinhal Interior, sendo que a revisão dos acordos implica a construção de menos troços, mas sobretudo uma redução dos encargos do Estado.

O Sindicato da Construção de Portugal tem agendada para as 11h desta segunda-feira uma conferência de imprensa junto à sede da Tecnovia, no Casal Deserto, Porto Salvo, em Oeiras, em que o presidente do sindicato informar sobre como reagiu a administração da Tecnovia a um pedido de reunião de carácter urgente.

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