Ligeira descida dos juros resultou de ajuda do BCE

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Na quarta-feira o Estado vai fazer a primeira emissão de Obrigações do Tesouro do ano Enric Vives-Rubio

A descida das taxas de juro portuguesas nos mercados secundários depois das 10h resultou da entrada do BCE no mercado, a comprar dívida portuguesa a cinco e a dez anos.

Os juros da dívida pública a dez anos começaram a manhã a subir nos mercados secundários, mas entraram em queda a partir das 10h, para valores abaixo dos do fecho de sexta-feira, mas ainda acima dos sete por cento que o ministro das Finanças considerou que podiam justificar ajuda externa. Os de Espanha bateram novos recordes mas depois também desceram ligeiramente.

Um operador disse, citado pela Reuters, que o BCE “está a comprar [obrigações] a cinco e de anos em Portugal”, acrescentando as ordens individuais não eram maiores do que antes. A agência Bloomberg, citada pelo Jornal de Negócios, avança a mesma informação, acrescentando que BCE estava também a comprar obrigações irlandesas.

As taxas de juro das obrigações portuguesas a dez anos, que são a referência nos mercados, estavam no entanto ainda bem acima dos sete por cento, em 7,172 por cento às 12h25, depois um pico nos 7,301 por cento, às 8h01, e de uma queda a pique a seguir às 10h. Na sexta-feira terem fechado o dia nos 7,282 por cento, a aproximarem-se do seu máximo desde que existe euro, segundo os dados da agência Reuters. O recorde desde que existe euro é de 7,357 por cento a 11 de Novembro.

Os juros das obrigações espanholas também começaram a subir nos mercados secundários, tendo hoje alcançado novos máximos na plataforma da agência Reuters. Tiveram um pico nos 5,607 por cento às 8h43, superando o máximo anterior de 5,575 por cento de 30 de Novembro, que então era um recorde desde a introdução de notas e moedas de euros. Depois começaram a abaixar e às 12h30 estavam nos 5,574 por cento.

Na quarta-feira o Estado (através do IGCP) vai fazer a primeira emissão de Obrigações do Tesouro do ano, a seis e a dez anos, no que é o primeiro grande teste do país nos mercados financeiros, precisamente numa semana em que se juntam emissões de vários países da periferia da zona euro. No entanto, na terça-feira a Grécia pretende ir buscar 1500 milhões ao mercado e na quinta-feira é a vez de a Espanha e a Itália fazerem as suas emissões.

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