Os turistas não europeus que visitaram a região de Lisboa entre Janeiro e Junho gastaram menos dinheiro em compras. À excepção dos Estados Unidos, todos os principais mercados recuaram nos gastos: o valor da compra média foi de 318 euros, menos 8% face ao primeiro semestre do ano passado. O número total de compras recuou 18%.

Os dados referem-se aos pedidos de reembolso de impostos em produtos elegíveis para tax free (livres de impostos) e foram divulgados nesta segunda-feira pela Global Blue, empresa que gere operações de tax free.

Os visitantes angolanos continuam a ser os que mais desembolsam em compras quando visitam a capital portuguesa. Apesar da falta de divisas em Angola, este continua a ser o principal mercado do turismo de compras em Portugal, comparando com o Brasil e a China. Mas o gasto é, consideravelmente, menos face ao mesmo período do ano passado. O valor da compra média desceu 23% para 304 euros e o volume total de compras recuou 30%.

Os turistas chineses são os segundos mais importantes do turismo de compras, representam 17% do mercado e gastam em média 633 euros, mais do que qualquer outro visitante. Este ano também apertaram o cinto e o valor é 6% menor do que o de 2015. Quanto ao número total de compras, recuou 27%. Segue-se o Brasil (vale 15% do mercado), com gastos médios de 256 euros, uma queda de 24%. Os turistas de Moçambique também travaram nos gastos (-6%, para 231 euros).

Na tabela, apenas os Estados Unidos estão a gastar mais dinheiro este ano: 519 euros em média, uma subida expressiva de 26%. A Global Blue sustenta que este é o facto mais relevante dos números do primeiro semestre, sendo que o crescimento “tem sido gradual ao longo deste período”.

Apesar da queda verificada nos pedidos de reembolso de IVA, as receitas globais do sector atingiram os 1029 milhões de euros em Junho, mais 10,4% face ao mesmo mês do ano passado. Os dados mais recentes do Banco de Portugal incluem os gastos feitos por turistas estrangeiros, considerados como exportações de serviço. A maior fatia destas despesas é feita por visitantes do Reino Unido (215,8 milhões de euros), seguindo-se França (160,4 milhões) e Alemanha (118,9 milhões de euros).