Oi prepara-se para entregar em tribunal nova versão do plano de recuperação

Seis meses depois de um primeiro plano ter sido chumbado, operadora brasileira faz nova tentativa para chegar a acordo com os credores. Prejuízos aumentaram 27% em 2016.

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A Oi registou prejuízos de 2400 milhões em 2016 REUTERS/Nacho Doce

O conselho de administração da operadora brasileira Oi aprovou na quarta-feira uma segunda versão do plano de recuperação judicial da empresa. Segundo a imprensa brasileira, este novo plano melhora os prazos de pagamentos a bancos e fornecedores e propõe a entrega imediata de acções da empresa para quem aceitar converter a dívida em capital, numa percentagem de 25% do capital. Mas esta proposta deverá enfrentar fortes resistências por parte dos credores.

Segundo a informação enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) pela Pharol, accionista da Oi, onde ainda estão alguns accionistas portugueses da antiga PT (como o Novo Banco, o BCP e a Visabeira), os credores financeiros que não aceitem converter a sua dívida em capital terão prazos de pagamento de entre 15 a 16 anos, com seis anos de carência e dez anos de amortização semestral “não linear”.

Já os que quiserem converter a dívida em capital, ficam com 25% da empresa, mas devem subscrever novas obrigações, em duas emissões. Uma será de 2800 milhões de reais (cerca de 839 milhões de euros), com vencimento em 2027 e taxa de juro de 6%. A segunda, de 3900 milhões de reais (cerca de 1170 milhões de euros) pode ser reembolsada semestralmente e será convertível em acções ao fim de três anos (se não houver resgate antecipado), garantindo outros 17% de capital da Oi. Seguindo-se esta modalidade, segundo a empresa, no final da emissão a participação dos credores na Oi será de 38%. O total do encaixe realizado com a venda de activos da Africatel será canalizado para suportar o pagamento destas obrigações, garante a Oi.

Este plano, que recebeu o aval da gestão da empresa de telecomunicações será entregue à justiça brasileira, mas tem de passar pelo crivo da assembleia de credores, que ainda não tem data marcada.

A Oi também anunciou que fechou 2016 com um prejuízo de 7 mil milhões de reais (cerca de 2400 milhões de euros), o que representa um agravamento de 27,6% face a 2015. As receitas da operadora que já foi dona da PT caíram 5%, para 26 mil milhões de reais (7800 milhões de euros), enquanto o resultado operacional bruto piorou 18%, para 6300 milhões de reais (1886 milhões de euros).

A Oi anunciou no ano passado o maior plano de recuperação da história do Brasil para fazer face a dívidas de 65 mil milhões de reais (aproximadamente 18 mil milhões de euros), deixando os credores em suspenso, incluindo alguns pequenos accionistas da antiga PT.

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