Governo acredita que BPI vai encontrar uma solução para evitar "castigo" do BCE

Depois de espanhóis e angolanos terem rompido as negociações, António Costa diz que deixará de ter um papel de intermediação.

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António Costa lamentou falhanço no acordo entre accionistas do BPI Nuno Ferreira Santos

O Governo acredita que os accionistas do BPI, Caixabank e Santoro, em conjunto com a administração liderada por Fernando Ulrich, vão encontrar uma solução para responder às exigências do Banco Central Europeu de redução da exposição aos grandes riscos em África. A declaração surge depois de já este domingo o BPI ter emitido um comunicado onde esclarece que o acordo celebrado no domingo, dia 10 de Abril, foi quebrado por responsabilidade de Isabel dos Santos (Santoro).

António Costa veio a meio da tarde “lamentar” o facto de os accionistas do BPI não terem chegado a acordo sobre o futuro do banco, como tinha sido anunciado há precisamente uma semana. E confirmar que o Governo vai deixar de ter um papel de intermediação (que exercia por via de Diogo Lucena) nas negociações accionistas. "Neste momento, transcende já a possibilidade de o governo poder ter qualquer tipo de intervenção útil", disse. 

Nas declarações feitas aos jornalistas, Costa salientou contudo que o seu papel, enquanto governante e mediador, foi “cumprido”, defendendo que foi isso que levou a que o Caixabank e a Santoro, depois de meses de afastamento, tenham voltado a conversar.

Apesar do recuo registado agora no acordo, o primeiro-ministro acredita ainda assim que estão criadas as condições para que o conselho de administração, a CaixaBank, com 44%, e a Santoro (Isabel dos Santos), com 21%, poderem cumprir de modo rápido com as determinações do BCE (de separação da exposição ao Banco de Fomento de Angola) para  evitar “grandes sobressaltos” na instituição liderada por Fernando Ulrich, a quinta maior do sistema, e também para não provocar instabilidade no sistema financeiro. 

“O BCE tem revelado boa compreensão sobre o andamento deste processo”, nota António Costa, que acredita ainda “que se todos agirem com prontidão, nas condições existentes” é possível evitar as penalizações resultantes do incumprimento das exigências da autoridade de supervisão europeia. O BCE deu até 10 de Abril para o BPI, e os seus accionistas, resolverem o problema da sua exposição aos grandes riscos em África. E assim evitar um impacto negativo no resto do sistema financeiro português.

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