Morreu o primeiro homem a receber transplante de rim de porco

Segundo o hospital que fez a cirurgia, ainda não há indícios de que a morte esteja relacionada com o transplante. O norte-americano Richard Slayman, de 62 anos, recebeu o transplante a 16 de Março.

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Richard Slayman já tinha recebido um transplante de rim humano em 2018 MICHELLE ROSE/HOSPITAL GERAL DO MASSACHUSETTS
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Morreu este sábado, Richard Slayman, o primeiro paciente a receber um transplante de rim de porco. A informação da sua morte foi confirmada, segundo o Guardian, pelo hospital que realizou o transplante e pela família. De acordo com os profissionais de saúde, não há ainda indícios de que a morte esteja relacionada com a realização do transplante.

Richard Slayman tornou-se o primeiro ser humano a receber um rim de porco a 16 de Março deste ano. Teve alta hospitalar duas semanas depois.

O homem norte-americano de 62 anos já tinha recebido um transplante de rim humano em 2018. O órgão, porém, começou a mostrar sinais de insuficiência cinco anos mais tarde. Segundo os cirurgiões que fizeram a cirurgia de transplante do rim geneticamente modificado, era expectável que o órgão durasse pelo menos dois anos, escreve a Associated Press.

Em comunicado citado pelo Guardian, a família de Slayman agradeceu aos médicos que acompanharam o norte-americano. “Os seus enormes esforços até ao xenotransplante [processo de transplante de órgãos ou tecidos entre duas espécies distintas] deram à nossa família mais sete semanas com Rick”, escreveram.

Antes da intervenção cirúrgica de Slayman, já duas pessoas tinham recebido transplantes com órgãos de porco – corações, em ambos os casos. Os dois pacientes morreram passadas algumas semanas das intervenções.

O rim de porco transplantado para Slayman foi geneticamente modificado para remover genes suínos prejudiciais ao ser humano e para aumentar a compatibilidade com o receptor, como explicou, em comunicado, o Hospital Geral de Massachusetts, onde decorreu a intervenção.

Aquando da cirurgia, o hospital sublinhou que o sucesso do transplante era “um marco histórico no campo emergente da xenotransplantação” e representava uma “potencial solução para a escassez mundial de órgãos”.

De acordo com a UNOS (sigla inglesa para Rede Unida para a Partilha de Órgãos), há actualmente mais de 104 mil pessoas nos Estados Unidos a precisar de um transplante de órgãos. No ano passado realizaram-se, no país, 46.630 transplantes.

Em Portugal, bateu-se em 2023 o recorde de cirurgias de transplante de órgãos no país. Segundo confirmou o ex-ministro da Saúde, Manuel Pizarro, em Janeiro deste ano, "terá havido, em 2023, 966 órgãos transplantados".

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