Chef Andrés pede investigação independente a morte de humanitários da sua organização

Israel está a levar a cabo “uma guerra contra a própria humanidade” na Faixa de Gaza, declarou o responsável pela organização World Central Kitchen.

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José Andrés, fundador da World Central Kitchen Reuters/Reuters TV
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O fundador da World Central Kitchen, organização que prestava apoio na Faixa de Gaza quando sete dos seus trabalhadores morreram num ataque israelita, teceu duras críticas a Israel numa entrevista com a jornalista da ABC Martha Raddatz.

“Foram seis meses a atacar tudo o que se mexe”, acusou o chef espanhol José Andrés. “Isto já não parece uma guerra para defender Israel. Nesta altura, isto já parece mesmo uma guerra contra a própria humanidade.”

Israel levou a cabo uma investigação ao ataque com drones que matou os sete humanitários – três britânicos, uma australiana, um polaco, um cidadão com dupla nacionalidade (americana e canadiana) e um palestiniano – e concluiu que tinha sido erradamente confundido um combatente do Hamas com um dos funcionários da organização.

“Cada vez que acontece alguma coisa, não podemos simplesmente trazer o Hamas para a equação. Isto já não é uma questão de sete homens e mulheres da World Central Kitchen que morreram neste acontecimento infeliz. Isto está a acontecer há demasiado tempo.”

Questionado sobre a sua opinião sobre a conclusão da investigação israelita (que identificou falhas de comunicação graves e concluiu que o ataque se deveu a erros de identificação, má comunicação – já que a rota dos veículos humanitários tinha sido coordenada com o Exército – e ainda a violações do código de conduta), Andrés agradeceu às forças militares israelitas a investigação tão rápida, mas disse que esta não era suficiente.

“Algo tão complicado, a investigação devia ser mais aprofundada”, declarou. “E diria que quem levou a cabo a acção não pode ser quem a investiga.”

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