Renegociações de crédito à habitação atingiram 642 milhões em Fevereiro

Taxa de juro dos novos empréstimos para compra de casa diminuiu 0,09 pontos percentuais, para 3,72%. Amortizações continuaram a aumentar.

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Taxa de juro dos novos empréstimo desceu apenas 0,09% em Fevereiro Rui Gaudencio
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O montante de crédito renegociado e o novo crédito à habitação diminuíram ligeiramente em Fevereiro, mas as renegociações continuaram a ascender a um montante muito significativo (36,1%) e a taxa de juro destas operações continua acima de 4%. No total de habitação e consumo, as novas operações ascenderam a 2495 milhões de euros, menos 107 milhões que em Janeiro.

De acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal (BdP), os novos empréstimos diminuíram 47 milhões de euros, face a Janeiro, para 1137 milhões de euros, e as renegociações diminuíram 116 milhões de euros, também relativamente a Janeiro, para um total de 642 milhões de euros.

As taxas de juro dos novos empréstimos e dos créditos renegociados, que visam maioritariamente a redução da taxa de juro, diminuíram ligeiramente, mas continuam distantes. “A taxa de juro média dos novos contratos de crédito à habitação diminuiu 0,09 pontos percentuais, fixando-se em 3,72% em Fevereiro, estando mais perto do valor verificado no mesmo mês do ano passado, que foi de 3,64%. Já a taxa de juro média dos contratos renegociados reduziu-se 0,20 pontos percentuais, para 4,23%”, revelam os dados do supervisor.

A taxa de juro média dos dois tipos de operações, novo crédito propriamente dito e renegociado, baixou pelo quinto mês consecutivo em Fevereiro, para 3,91%, depois de ter atingido 4,27% em Setembro de 2023.

A descida da taxa de juro é explicada, maioritariamente, pela opção por taxas mistas, em que o primeiro período, habitualmente curto, é a taxa fixa, e o restante indexado às taxas Euribor.

Os dados de Fevereiro mostram que a opção por taxas mistas ascendeu a 72,2%, acima dos 69,4% de Janeiro, e muito acima dos 23,8% verificados no mesmo mês de 2023. Praticamente nas mesmas proporções, mas em sentido inverso, a utilização das taxas variáveis (associadas às Euribor) caiu para 24%, abaixo dos 26% de Janeiro, e bem longe dos 71,7% em Fevereiro do ano passado.

Em recuo está a opção por taxas fixas durante a totalidade dos contratos, que se ficou por 3,8% no mês em análise, contra 4,4% no primeiro mês deste ano e 4,9% no período homólogo.

As amortizações antecipadas de crédito à habitação mantiveram-se elevadas, ascendendo a 0,91% da carteira total, ainda assim abaixo dos 1,29% registados em Janeiro (o segundo mais elevado desde o início da série estatística, em Dezembro de 2021). Destas amortizações, 0,8% foram totais e apenas 0,11% parciais.

Crédito ao consumo sobe

Ao contrário do destino de habitação, o crédito ao consumo subiu 34 milhões de euros, para 474 milhões. O crédito para outros fins aumentou 34 milhões, para 197 milhões.

Nos empréstimos ao consumo, a taxa média de novas operações foi de 9,53% em Fevereiro, praticamente inalterada face aos 9,52% de Janeiro. Nos empréstimos para outros fins, a taxa de juro média diminuiu 0,33 pontos percentuais, para 5,03%.

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