Príncipe Harry perde processo sobre a sua protecção policial no Reino Unido

O príncipe, que se afastou da família desde que se mudou para os Estados Unidos, disse que esperava que a doença de Carlos pudesse unir a família.

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Harry teme pela sua segurança e a da sua família Reuters/Toby Melville/Arquivo
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O príncipe Harry perdeu, nesta quarta-feira, a sua acção judicial contra a decisão do governo britânico de lhe retirar a protecção policial quando se encontra na Grã-Bretanha.

Harry, o filho mais novo do rei Carlos, interpôs uma acção contra o governo no Supremo Tribunal de Londres, depois de o Ministério do Interior — o ministério responsável pelo policiamento — ter decidido, em Fevereiro de 2020, que o príncipe deixaria de receber automaticamente segurança policial pessoal enquanto estivesse na Grã-Bretanha.

Antes de se afastar das suas funções reais e se mudar para a Califórnia com a mulher Meghan Markle, em Março de 2020, Harry, tal como outros membros superiores da realeza, recebia toda a protecção de segurança financiada pelo Estado.

Depois de lhe ter sido concedida autorização para uma revisão judicial dessa decisão, os seus advogados disseram numa audiência em Dezembro que a decisão de lhe retirar a protecção o sujeitava a um tratamento ilegal, injusto e injustificável.

Mas a equipa jurídica do Governo afirmou que a Comissão Executiva para a Protecção da Realeza e das Figuras Públicas, conhecida como RAVEC, não tinha decidido que Harry não devia receber protecção, mas que não a devia ter na mesma base. O Tribunal Superior concordou, concluindo que não tinha havido ilegalidade na decisão.

"Estamos satisfeitos por o tribunal ter decidido a favor da posição do governo neste caso e estamos a considerar cuidadosamente os nossos próximos passos. Seria inapropriado fazer mais comentários", declarou um porta-voz, acrescentando que o sistema de segurança de protecção era "rigoroso e proporcional".

Foi no início deste mês, que Harry esteve pela última vez na Grã-Bretanha, quando fez uma visita rápida para ver o seu pai, depois de ter sido revelado que o rei tinha sido diagnosticado com uma forma não especificada de cancro.

O príncipe, que se afastou da família desde que se mudou para os Estados Unidos, disse que esperava que a doença de Carlos pudesse unir a família.

A decisão desta quarta-feira marca a segunda derrota legal de Harry na questão da sua segurança, depois de o Tribunal Superior ter decidido contra o príncipe num outro recurso contra a recusa do governo em permitir-lhe pagar a sua própria protecção policial.

O príncipe tem falado frequentemente sobre os seus receios quanto à segurança da sua família, e tem atacado regularmente a intromissão da imprensa, que culpa pela morte da sua mãe, a princesa Diana, que morreu quando a sua limusina se despistou ao fugir de uma perseguição de paparazzi em Paris, em 1997.

No ano passado, o antigo chefe da polícia antiterrorista britânica afirmou que tinham sido feitas ameaças credíveis contra Harry e Meghan por simpatizantes da extrema-direita.

A decisão surge no momento em que o Governo anunciou, na quarta-feira, um montante adicional de 31 milhões de libras (36 milhões de euros) para garantir novas medidas de segurança para os legisladores e outros funcionários, no meio de preocupações crescentes com a sua segurança.

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