“Cheira mal!”: habitantes de Milão debatem-se com elevados níveis de poluição

Os níveis de partículas finas e de outros poluentes em Milão estão entre os mais elevados da Europa, segundo dados do Serviço de Monitorização da Atmosfera Copérnico da União Europeia.

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Milão envolta numa densa camada de smog no pôr-do-sol, Itália, 20 de Fevereiro de 2024 Reuters/DANIELE MASCOLO
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Milão envolta numa densa camada de smog no pôr-do-sol, Itália, 20 de Fevereiro de 2024 Reuters/DANIELE MASCOLO
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Edifícios envoltos em smog na cidade de Milão, Itália, 20 de Fevereiro de 2024 Reuters/CLAUDIA GRECO
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Edifícios envoltos em smog na cidade de Milão, Itália, 20 de Fevereiro de 2024 Reuters/CLAUDIA GRECO
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Edifícios envoltos em smog na cidade de Milão, Itália, 20 de Fevereiro de 2024 Reuters/CLAUDIA GRECO
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Edifícios envoltos em smog na cidade de Milão, Itália, 20 de Fevereiro de 2024 Reuters/DANIELE MASCOLO
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Edifícios envoltos em smog na cidade de Milão, Itália, 20 de Fevereiro de 2024 Reuters/CLAUDIA GRECO
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Pietro De Luca vive na capital italiana das finanças e da moda, Milão, mas pensa frequentemente em mudar-se para uma cidade mais saudável com a mulher e os três filhos para escapar à elevada poluição e aos riscos para a saúde que esta provoca. "Cheira mal! Sinto um cheiro constante a smog, tusso, sinto a garganta a arder", queixa-se De Luca, que vive num apartamento no segundo andar do bairro Città Studi, na zona oriental de Milão.

Os níveis de partículas finas e de outros poluentes em Milão estão entre os mais elevados da Europa, segundo dados do Serviço de Monitorização da Atmosfera Copérnico da União Europeia e do lóbi ambiental italiano Legambiente, revelados este mês. Alguns residentes estão a usar máscaras faciais ao ar livre para reduzir a exposição ao ar sujo.

Roberto Lorenzutti, que vivia em Milão, diz que respira muito melhor desde que saiu de lá. Teve a oportunidade de trabalhar à distância durante a pandemia de covid-19 e mudou-se para a ilha da Sardenha. "Em Milão, temos de tentar sobreviver neste pântano durante cinco dias por semana e sair ao fim de semana para apanhar ar fresco", afirmou.

Milão e as cidades vizinhas da Lombardia, a região do norte de Itália, responderam activando, na terça-feira, medidas para limitar a utilização dos veículos mais poluentes durante as principais horas do dia.

Milão, uma cidade com pouco mais de um milhão de habitantes, está situada no densamente povoado Vale do Pó, que alberga quase um terço da população italiana. Os 17 milhões de habitantes do vale fazem dele uma das zonas mais poluídas da Europa, pelo que, em 2020, o Tribunal de Justiça da UE considerou que a Itália não cumpria as directivas da UE relativas ao ar puro.

Os problemas são causados pela densa actividade agrícola e industrial no vale, amplificada pela sua geografia que aprisiona o ar, disse Valentina Bosetti, professora de Economia Ambiental e das Alterações Climáticas na Universidade Bocconi da cidade. Em Milão, os níveis de poluentes atmosféricos PM2.5, PM10 e dióxido de azoto (NO2) no ano passado ultrapassaram todos os limites estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde, observou Legambiente.

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Giorgio Maione, conselheiro regional da Lombardia para o ambiente, afirma que se registaram progressos, citando uma redução de 39% na concentração de PM10 e de 45% na de NO2 nas últimas duas décadas.

A conselheira do ambiente de Milão, Elena Eva Maria Grandi, afirmou, no entanto, que os níveis de poluição continuam muito elevados e pediu uma cooperação mais estreita entre as autoridades municipais e regionais para avaliar as medidas de emergência para uma cidade que será co-anfitriã dos Jogos Olímpicos de inverno em 2026. "Estamos muito preocupados, é evidente."

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