Qualidade do ar: a nódoa vermelha no Vale do Pó

A imagem de satélite do programa europeu de monitorização do clima e atmosfera mostra claramente o efeito de uma excesso de concentração de partículas PM10 em Itália este domingo.

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Imagem (editada) do dia do Copérnico assinala a vermelho a elevada concentração de partículas numa região da Itália União Europeia, Atmosphere Monitoring Service Data
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Imagem original União Europeia, Atmosphere Monitoring Service Data
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"O actual sistema de alta pressão sobre o sul da Europa provocou a deterioração da qualidade do ar em Itália", informa a nota de imprensa do Copérnico, o programa europeu de monitorização do clima e atmosfera, que acompanha a imagem da atmosfera que envolve a região no Vale do Pó, em Itália. O retrato captado este domingo comprova que "os níveis de poluição são preocupantes e ultrapassaram os limiares normativos" neste local.

"Como mostra esta visualização baseada em dados do Serviço de Monitorização da Atmosfera do Copérnico, as PM10 excederam 100 μg/m3 em muitas zonas do Vale do Pó em 18 de Fevereiro de 2024", refere o comunicado. Este poluente (partículas inaláveis — PM10) tem efeitos na saúde humana, principalmente na população mais sensível, crianças e idosos, cujos cuidados de saúde devem ser redobrados durante a ocorrência destas situações.

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As nuvens de poluição podem conter diferentes tipos de poluentes. Num recente artigo científico que concluiu que exposição a maiores concentrações de poluição atmosférica, ainda que por um período curto, está associada a um risco maior de acidente vascular cerebral (AVC)o, foram consideradas partículas com vários tamanhos: desde as PM1, que apresentam menos de um micrómetro de diâmetro, até às PM10, que consistem em poeiras oriundas de obras ou das bermas das estradas, passando pelas PM 2,5.

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O Serviço de Monitorização da Atmosfera do Copérnico fornece previsões de uma série de indicadores-chave da qualidade do ar, incluindo aerossóis, partículas em suspensão, dióxido de carbono e monóxido de carbono.

A poluição atmosférica é considerada o maior risco global para a saúde humana, constituindo uma ameaça maior do que o tabagismo ou o consumo de álcool. Um relatório do Instituto de Política Energética da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, mostra que, se o limiar da Organização Mundial da Saúde para a exposição a partículas finas fosse sempre respeitado, a esperança de vida global aumentaria 2,3 anos, com base nos dados recolhidos em 2021.

Em 2023, Portugal foi condenado pelo Tribunal de Justiça da União Europeia por deixar passar uma década sem travar poluição do ar. Nesta situação específica, a acção centrava-se no limite das concentrações de dióxido de azoto, que foi excedido tanto em Lisboa, como no Porto e em Braga.

O Ministério do Ambiente e da Acção Climática prometeu aplicar, em conjunto com a Associação Portuguesa do Ambiente e as comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, “um conjunto de medidas que tenham como finalidade mitigar o valor de NO2 nessas três cidades”.

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