“O Carnaval não termina hoje… o melhor Carnaval está por vir”, canta-se no Brasil

Como ainda é Fevereiro, ainda há Carnaval, pelo menos no Brasil. E o que se canta, nesta marchinha, é diversão e política. Gravada no dia 16 de Fevereiro, entre o Rio De Janeiro, Lisboa e Porto, chama-se Toc Toc Toc (Marchinha da Federal), foi composta por Luís Filipe de Lima e Pierre Aderne (criador e dinamizador do colectivo Rua das Pretas, onde se cruzam culturas brasileiras, portuguesas e africanas), e gravaram-na, a várias vozes, os próprios Pierre e Luís Filipe de Lima, Pedro Luís, Valéria Lobão, Nilson Dourado e Ilana Volcov, além do Cordão do Boitatá, composto pelos seguintes músicos: Alexandre Maionese (flauta e piccolo), Maico Lopes (trompetes), Everson Moraes (trombones e tuba), Pedro Monteiro (cavaquinho), Rodrigo Scofield (bateria) e Paulino Dias (percussão). Luís Filipe de Lima garantiu a produção musical e o arranjo e toca violão, violão de 7 cordas e pandeiro, ficando o arranjo de sopros a cargo de Gilson Santos. A mistura e masterização são de Carlos Fuchs.

Depois de ter lançado, com Moacyr Luz, um single e videoclipe também com função social, Cartão de Cidadão, no projecto SEF-Sonoridades, Estrangeiros, Fronteiras, Pierre Aderne volta a envolver-se no lançamento deste Toc Toc Toc, um tema que está a dar que falar. A letra, incisiva e divertida, diz bem ao que vem, e responde com humor aos que, em vez de rir, preferiam espalhar o ódio nas ruas do Brasil: “No Carnaval tem familícia na prisão/ Polícia Federal vai bater no teu portão/ O gado chora, mimimi, feito gatinho/ Cantou de galo, no xadrez vira patinho// Tem capitão, tem general/ Cidadão de bem e até pastor pentecostal/ Tem 01, tem 02, tem 03/ Quem errou o golpe vai pagar lá no xadrez.” Outros carnavais.