O príncipe e o sapo

Se Montenegro era o sapo do PSD que ninguém quereria beijar, Pedro Nuno Santos partiu para estas legislativas como o príncipe herdeiro há muito ungido pelo PS.

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1. Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos partiram para estas eleições de lugares muito distintos. O primeiro era, sempre foi – sejamos claros quanto a isso –, o plano B do PSD. Era suposto que o mundo político não se tivesse virado de pernas para o ar naquela manhã de novembro. Montenegro estava destinado a perder (ou ganhar por “poucochinho”) as eleições europeias de junho. A ideia, na cabeça dos vários Sebastiões que preferiram poupar-se ao trabalho ingrato de fazer oposição à maioria absoluta de Costa, era defenestrá-lo logo a seguir e apanhar o comboio no último apeadeiro antes do fim da legislatura. Estava, pois, destinado a ser uma espécie de cadáver político adiado. Alguém que convinha manter temporariamente vivo, mas a quem não se reservava qualquer futuro, muito menos um lugar na história. Poucos lhe davam crédito, menos ainda lhe emprestavam – convictamente – o seu capital político. Cavaco, irrite ele quem irritar, com muito pouco a ganhar, foi uma das raras exceções.

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