Fernando Madureira, líder dos Super Dragões, foi detido

Funcionário do FC Porto também foi detido, juntamente com membros da claque portista. No total, há 12 pessoas detidas.

Foto
Fernando Madureira, líder da claque Super Dragões LUSA/OCTAVIO PASSOS
Ouça este artigo
00:00
03:28

O líder dos Super Dragões foi detido na manhã desta quarta-feira, após buscas à sua residência. A notícia foi confirmada pelo PÚBLICO, que apurou também que há um funcionário do FC Porto entre os detidos. Fernando Saul, speaker e oficial de ligação aos adeptos, é o elemento dos "dragões" que também foi visado pelas autoridades na investigação. A PSP confirma a apreensão de droga, uma arma de fogo e milhares de euros nas buscas domiciliárias.

A Procuradoria-Geral Distrital do Porto confirmou em comunicado que a investigação está relacionada com os incidentes da assembleia-geral do clube e outras situações de violência. Em causa estão os crimes de ofensa à integridade física em espectáculo desportivo, coacção agravada, ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objecto ou de produtos líquidos e atentado à liberdade de informação.

Além dos confrontos na assembleia-geral do clube, estão ainda sob investigação os actos de vandalismo à casa de André Villas-Boas, candidato à presidência do FC Porto, agressões ao zelador do condomínio do candidato à presidência do FC Porto e furto da viatura deste colaborador.

Nas buscas domiciliárias da Operação Pretoriano, acção que originou a detenção do líder dos Super Dragões, Fernando Madureira, a PSP apreendeu uma arma de fogo, vários milhares de euros, "estupefacientes vários", nomeadamente cocaína e haxixe, artefactos pirotécnicos e mais de uma centena de ingressos para eventos desportivos.

Porsche e BMW apreendidos

A residência do casal Madureira em Vila Nova de Gaia foi alvo de buscas, com a polícia a apreender agora viaturas de luxo na casa de Fernando Madureira, entre as quais um Porsche e um BMW. A mulher do líder dos Super Dragões, Sandra Madureira, foi uma das detidas na operação.

No caso da assembleia-geral, alguns adeptos foram agredidos e intimidados por membros da claque, algo comprovável pela análise das imagens recolhidas. Numa "noite negra" na história do clube, os associados queixaram-se de não ter liberdade de expressão e de um clima de coacção. Na altura, Fernando Madureira justificou ao PÚBLICO os incidentes com a troca de insultos nas redes sociais entre apoiantes de Villas-Boas e elementos da claque.

Já no caso de André Villas-Boas, ex-treinador e candidato à presidência dos "dragões", a casa em que habita com a família no Porto foi vandalizada mais do que uma vez, com insultos graffitados nas paredes. Na madrugada de 22 de Novembro, foram rebentados petardos à porta da casa de Villas-Boas, seguindo-se agressões ao zelador do condomínio e o furto da viatura deste. Fernando Madureira mostrou publicamente o desagrado com a candidatura do ex-treinador, alinhando a claque com a defesa de uma recandidatura de Pinto da Costa.

Apoio a Pinto da Costa

Esta operação ocorre na mesma semana do evento em que Jorge Nuno Pinto da Costa, presidente do FC Porto há quase 42 anos, irá anunciar uma recandidatura à presidência "azul e branca". No próximo domingo, a partir das 17h, o Coliseu do Porto será palco da apresentação de um "projecto de renovação" para o clube. Será com os olhos postos no futuro que Pinto da Costa avançará para eleições contra André Villas-Boas e Nuno Lobo, em busca de um 16.º mandato.

Fernando Madureira é um dos principais apoiantes públicos do presidente "azul e branco", tendo, inclusivamente, marcado presença no jantar de apoiantes realizado há duas semanas com dezenas de portistas. Com Sónia Trigueirão, Pedro Sales Dias, Sofia Neves e Ana Henriques

Notícia actualizada às 13h06: acrescentada informação sobre apreensões feitas pela PSP

Sugerir correcção
Ler 50 comentários