Palcos da semana: histórias, luzes, um fantasma e rock ‘n’ roll

O Natal traz concertos especiais de Tim, The Legendary Tigerman e GNR. Chaplin e O Fantasma da Ópera também vão andar por aí.

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Os GNR tocam pela primeira vez na Casa da Música DR
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The Legendary Tigerman cumpre a tradição de proclamar Fuck Christmas, I Got the Blues! Matilde Fieschi
Guitarra
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Tim entra em "residência" no São Jorge com o espectáculo Canta-me Histórias Pedro Nunes
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O Fantasma da Ópera segundo Bruno Bravo é exibido em streaming Bruno Simão
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Luzes da Cidade, o filme de Natal no Centro Cultural de Belém DR
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GNR de casa cheia

Não é exagero dizer que os GNR são uma instituição do Porto. No entanto, nunca tinham tocado numa das salas mais emblemáticas da cidade, a Casa da Música. Essa falta está prestes a ser compensada com dois concertos. São especiais por isso e por funcionarem como remate da extensa digressão que a banda de Reininho, Tóli e Romão levou a todo o país em 2023.

Está também em causa um alinhamento que encapsula mais 40 anos de carreira: Efectivamente, Ana Lee, Morte ao Sol, Pronúncia do Norte, as inevitáveis Dunas e tantas outras canções que fazem parte da memória nacional, sem esquecer notas recentes como Eu não sou assim a darem pistas para o futuro.

A casa está cheia, mas ainda há outra oportunidade de fazer a festa com eles este ano: em Lagos, dia 30, na contagem decrescente para o ano novo.

One man band dos natais passados

Harmonia, paz e amor? No sapatinho da Zé dos Bois cabem outros sentimentos natalícios. Há muitos, muitos anos (desde 2001, com uma ou outra interrupção) que na galeria lisboeta esta é a altura de soltar a verve rock ‘n’ roll e proclamar Fuck Christmas, I Got the Blues! com The Legendary Tigerman.

Para Paulo Furtado, o homem-tigre que se fez ouvir há mais de 20 anos, de guitarra em punho e pé no bombo, 2023 foi o ano do sobejamente aplaudido Zeitgeist, um disco que lhe encheu o covil de sintetizadores modulares, de assombrações dos nossos tempos e da reinvenção do rumo. Mas esta cerimónia natalícia resgata-lhe o espírito de one man band. É como diz a nota da ZDB: “num ano de profundas mudanças estéticas no som de Tigerman, continua a haver uma noite em que nada muda. Aleluia”.

Tim, Canta-me Histórias

Numa semana fértil em concertos de veteranos do rock nacional, Tim não falta à chamada. Mais: faz do São Jorge a sua sala de estar, ocupando o cinema lisboeta com uma extensa temporada de concertos, sempre a solo e com muita partilha à mistura. Ao cantor, compositor, baixista e vocalista dos Xutos & Pontapés pede-se apenas isto: Canta-me Histórias.

“Apeteceu-me parar um pouco e olhar para trás: pelo caminho tantas canções e cada uma com a sua história”, justifica. Dessa vontade nasceu esta residência de mais de 20 datas, “todas diferentes”, assegura. Tim estende assim o convite: “à boleia das canções, irei desfiando histórias sobre as minhas experiências enquanto músico, completamente sozinho e só com as guitarras entre mim e a audiência”.

O fantasma virtual da ópera

Para o Natal, de presente, o São João quer que seja uma peça que vá a casa do público, esteja ele onde estiver. Por isso, reabre a sala virtual para exibir O Fantasma da Ópera, na produção que acolheu no seu palco, em Fevereiro do ano passado, pela mão de Bruno Bravo.

Longe do estilo do famoso musical de Andrew Lloyd Webber, o encenador e fundador da companhia Primeiros Sintomas optou por investir na fidelidade à fonte, o romance gótico de Gaston Leroux, explorando as entranhas das personagens e do autor, para levar às tábuas “um encontro entre a música ao vivo e o movimento, entre as canções e a máquina assombrosa de um palco”, lia-se então na folha de sala.

Agora, é em modo caseiro que somos convidados a assistir à narrativa de amor e ciúme entre uma soprano e um homem misterioso e desfigurado que vive nas catacumbas da Ópera de Paris.

As luzes mudas da cidade

No Centro Cultural de Belém, o brilho da quadra manifesta-se em Luzes da Cidade, o filme de Natal escolhido para este ano. No Grande Auditório, é projectada a mestria cómica de Charlie Chaplin, na pele (e no bigodinho, bastão, chapéu de coco e andar inconfundível) do ternurento vagabundo que se mete em todo o tipo de tropelias – e também numa comovente e não menos atribulada história de amor por uma florista cega.

Luzes da Cidade estreou-se em 1931, quando os filmes mudos já tinham cedido aos sonoros. Chaplin manteve-se em contracorrente e acabou por assinar uma obra-prima intemporal. Nesta sessão natalícia, a música que lhe dá ritmo é interpretada, ao vivo, pela Orquestra da Escola de Música do Colégio Moderno.

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