Em 2024, o Luna Fest muda-se para Setembro e ganha mais um palco

Mão Morta, Club Makumba, Birds Are Indie e Selma Uamusse estão entre as primeiras confirmações do festival de Coimbra.

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Os Mão Morta de Adolfo Luxúria Canibal são uma das primeiras confirmações Paulo Pimenta
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Club Makumba, com Tó Trips (dos Dead Combo) na guitarra Matilde Fieschi
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Selma Uamusse Paulo Pimenta

O Luna Fest, festival de música que se estreou em Agosto deste ano na Praça da Canção, em Coimbra, anunciou na sexta-feira as datas e as primeiras confirmações da edição de 2024. Estará de regresso entre 6 e 8 de Setembro e conta com Mão Morta, Selma Uamusse e Club Makumba. As bandas conimbricenses Birds Are Indie, M’as Foice, So DeaD e The Twist Connection completam a primeira onda de confirmações.

Com Club Makumba e Selma Uamusse, por exemplo, amplia-se a gama de sonoridades do Luna, que nasceu com uma ligação forte e assumida ao punk. Os sete nomes anunciados actuarão num novo palco do festival, que na primeira edição concentrou toda a sua programação num único palco. Vai chamar-se Lux Interior e nasce de uma parceria com a editora local Lux Records, de Rui Ferreira. Ao todo, receberá nove artistas nacionais, informa em comunicado a organização do Luna, acrescentando que em breve anunciará os dois nomes ainda em falta, bem como as primeiras novidades relativas ao palco principal.

Rui Ferreira disse ao Jornal de Notícias que foi sua a ideia de o Luna passar a ter este novo palco na sua edição de 2024. Responderá à necessidade de o festival acolher uma maior presença de projectos nacionais — e, ainda, de abolir os “tempos mortos” entre concertos, uma inevitabilidade na primeira edição, em que apenas havia um palco.

O Luna Fest é feito por uma equipa pequena e amadora no que toca à organização de eventos de média dimensão (na sua primeira edição, o recinto podia receber até 7500 pessoas por dia). Do núcleo duro fazem parte, entre outros, o histórico músico de Coimbra Victor Torpedo (Tédio Boys, The Parkinsons, 5.ª Punkada...) e o empresário Tito Santana, gerente do Pinga Amor, bar local com ligação ao rock.

Os contactos de Torpedo — cujos Parkinsons constituíram, em tempos, uma banda vital da cena punk de Londres, onde residiram — foram fundamentais para o festival conseguir confirmar, na sua edição inaugural, nomes históricos do punk rock ou do proto-punk como John Cale (co-fundador dos Velvet Underground), Buzzcocks e Gang of Four. Mas o Luna não teve um início de vida fácil, tendo perdido um dos seus cabeças de cartaz, os Devo, a apenas um mês do arranque. Mais tarde, já com o festival em andamento, cancelaram a sua actuação também os Damned, outra banda veterana e influente na esfera do punk.

O primeiro Luna Fest aconteceu entre 16 e 20 de Agosto e ao longo desses cinco dias foram registadas apenas 14 mil entradas. A escassa venda de bilhetes complicou as contas da organização, que dispôs de um orçamento pouco avultado (350 mil euros) para montar o evento. “Temos uma dívida para gerir, muita satisfação para dar”, assumiu Tito Santana ao PÚBLICO após a realização do festival.

Agora, com a mudança para o mês de Setembro, a organização regressa àquela que era a sua vontade desde o primeiro momento. “Logisticamente, fica mais barato [fazer um festival nesse mês]. E assim fugimos à rota dos festivais, marcamos uma posição em termos de calendário”, avançou o empresário na mesma ocasião.

Tito Santana explicou então que aceitara antecipar o Luna para Agosto após conversações com um funcionário da autarquia, que num contexto informal terá deixado a promessa de que, se o festival acontecesse nesse mês, a Câmara de Coimbra apoiaria o evento com cerca de 120 mil euros. Ao PÚBLICO, o vice-presidente da autarquia, Francisco Veiga, disse porém não ter “conhecimento das conversações referidas” por Tito Santana. “Enquanto responsável pelo pelouro do Turismo e nas diferentes reuniões que ocorreram entre a Câmara Municipal de Coimbra e os responsáveis da organização do Luna Fest, nunca foi mencionada a existência de qualquer compromisso prévio com qualquer responsável da autarquia”, indicou por email.​

Tito Santana avança agora ao Jornal de Notícias que a organização do festival vai ter uma reunião com a câmara em Janeiro. A equipa espera conseguir obter um apoio financeiro maior do que o que recebeu este ano (25 mil euros).

A autarquia “está disponível para equacionar o apoio a uma segunda edição do Luna Fest”​, mas “a possibilidade de reforçar o montante” está pendente de um reforço do próprio “orçamento de 2024 afecto à divisão de Turismo”, explicava Francisco Veiga no email acima referido.

A pré-venda dos primeiros bilhetes gerais para o Luna Fest decorre até ao final do ano. Estão a ser disponibilizados por 45 euros.

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