Alterações à carreira técnica superior só entram em vigor em 2025

Proposta apresentada aos sindicatos prevê redução do número de posições remuneratórias de 14 para 11, permitindo que mais trabalhadores cheguem ao topo.

Foto
Inês Ramires, secretária de Estado da Administração Pública, volta a reunir-se com os sindicatos na sexta-feira Nuno Ferreira Santos
Ouça este artigo
00:00
02:18

O Governo admite reduzir o número de posições remuneratórias da carreira técnica superior do Estado, para permitir que mais trabalhadores cheguem ao topo, e melhorar os intervalos entre as várias posições. Mas estas alterações só deverão entrar em vigor a 1 de Janeiro de 2025.

À saída da reunião com a secretária de Estado da Administração Pública, os sindicatos revelaram que a proposta em cima da mesa visa reduzir o número de posições remuneratórias das actuais 14 para 11, melhorar os intervalos entre as várias posições e acabar com a primeira posição salarial (de 1122,84 euros) que, neste momento, não tem praticamente trabalhadores.

“O nosso objectivo é que seja possível chegar ao topo da carreira em 40 anos de trabalho”, adiantou Maria Helena Rodrigues, presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), acrescentando que com o regime em vigor são precisos 120 anos para chegar ao nível mais alto.

Helena Rodrigues acrescentou ainda que as alterações só devem entrar em vigor a 1 de Janeiro de 2025.

"Trata-se de uma valorização importante", frisou José Abraão, dirigente da Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap) à saída da reunião com o Governo, "que arrasta as carreiras técnicas do Instituto Nacional de Estatística e a carreira de técnico superior especialista em orçamento e finanças [do Ministério das Finanças]".

Neste momento, a carreira de técnico superior, reservada a licenciados, tem 14 posições remuneratórias. Começa nos 1122,84 euros, mas a maioria dos técnicos entra com um salário de 1333,35 euros brutos, o valor correspondente à segunda posição.

De acordo com os dados mais recentes, no final de Setembro o Estado empregava 78.272 técnicos superiores, mas estas alterações apenas se aplicam a 65 mil e, destes, menos de 1% estava no topo, a ganhar 3561,11 euros.

Com a demissão do primeiro-ministro, António Costa, o Governo decidiu antecipar a revisão da carreira que, inicialmente, estava prevista para 2024. O objectivo é terminar o processo antes de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, formalizar a demissão.

Está prevista uma nova reunião entre o Governo e os sindicatos da função pública para esta sexta-feira, dia 24 de Novembro.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários