CCB traz em Março novos dias com música, de Patti Smith a Camané e Tirzah

O Belém Soundcheck é um novo festival de quatro dias programado entre 21 e 24 de Março de 2024. Há ainda Maria João, Amaro Freitas, Il Giardino Armonico e Kremerata Baltica.

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Delfim Sardo, administrador e programador do CCB, defende ao PÚBLICO que este festival "não se trata de uma substituição" dos Dias da Música Daniel Rocha
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Belém Soundcheck realiza-se de 21 a 24 de Março Daniel Rocha
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Belém Soundcheck realiza-se de 21 a 24 de Março Daniel Rocha
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No próximo mês de Março, antes de arrancar a época de festivais, o Centro Cultural de Belém estreia um novo festival. O Belém Soundcheck quer-se bienal. O arranque calha no mês em que a Primavera desponta e o espaço lisboeta assinala 32 anos, além de a revolução de Abril estar quase a fazer 50 anos. Não há passe geral, mas na primeira edição, de 21 a 24 de Março de 2024, trará à beira-rio vários nomes nacionais e internacionais.

O festival foi apresentado nesta quinta-feira de manhã, no próprio CCB. Um dos nomes do cartaz já se sabia: Patti Smith com o Soundwalk Collective de Stephan Crasneanscki, uma colaboração antiga. Ou seja, está longe do que seria uma actuação normal da cantora e poeta punk norte-americana, e que coincidirá com uma exposição no recém-inaugurado MAC/CCB e se estenderá até ao início de Setembro. Agora conhecem-se também nomes como Camané, que fará uma homenagem a José Mário Branco, que em 1997 gravou uma memorável actuação no CCB, ou Maria João, num concerto a partir de Shakespeare.

Há ainda o ensemble italiano Il Giardino Armonico com o violoncelista Giovanni Sollima, que trabalha com Patti Smith, bem como o pianista brasileiro Amaro Freitas, a solo e a apresentar Y’Y, sob a inspiração de John Cage e do percussionista Naná Vasconcellos. Por fim, foram também anunciados concertos da cantora e escritora de canções britânica Tirzah, que editou este ano trip9love...???, produzido por Mica Levi, e também da Kremerata Baltica, a orquestra de câmara com jovens músicos bálticos fundada em 1997 por Gidon Kremer, lança-se Glass, Raskatov e Piazzolla. Os programadores são Fernando Luís Sampaio, na área, música contemporânea, e Cesário Costa, na música erudita.

Mais experimental

Delfim Sardo, administrador e programador do CCB, que apresentou a conferência de imprensa, defende, a falar com o PÚBLICO, que este festival "não se trata de uma substituição" dos Dias da Música, que findaram na edição de 2019, tendo sido anunciada, no início de Março de 2020, a edição seguinte, que acabou por nunca se concretizar por ter começado a pandemia. Com um orçamento próximo dos 500 mil euros, explica, decidiram "avançar" com este novo festival "no momento" em que encontraram parcerias para o concretizar, nomeadamente o Instituto Italiano da Cultura e a EGEAC. "É um festival num modelo completamente diferente e tem outras ambições", continua. "Corresponde à maneira como o CCB se quer posicionar, corresponde a um lado, se quisermos, mais experimental. Há uma tendência geral do CCB para aumentar a frequência e o ritmo das encomendas", expõe.

"Cada concerto tem a sua identidade própria", define o administrador. "Aquilo que têm em comum é que são concertos, quer os de música erudita, na forma como se cruzam com a música contemporânea, quer o carácter único da performance de Patti Smith com o Soundwalk Collective, quer o convite que foi feito ao Camané, serem projectos transversais dentro do universo que trabalham", continua.

Assim, não existem ligações entre os concertos, nem um passe geral. "Sabemos que a programação, sendo diversificada, não exerce a lógica temática de festival que inclui um passe. São concertos individualizados e articulados, em sucessão", esclarece Delfim Sardo. Há, contudo, descontos cumulativos de 15% quando se compra três ou mais bilhetes para concertos diferentes.

As bilheteiras abrem esta sexta-feira, sendo que sexta e sábado serão exclusivas para quem tem cartão CCB. Para o público em geral abrirão apenas no domingo. Há uma série de preocupações com a acessibilidade, incluindo língua gestual e áudiodescrição, havendo ainda 50% de desconto para pessoas com necessidades especiais. Os bilhetes vão dos 7,50€ aos 66€, sendo estes últimos os bilhetes mais privilegiados para a actuação de Soundwalk Collective com Patti Smith, que dão entrada também para a exposição durante os dias do festival.

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