A floresta sem lei: o futuro da Amazónia ainda está por garantir

A Amazónia não está condenada a extinguir-se e a afundar o planeta, mas uma viagem de 10 mil km pela região impõe uma conclusão: os desafios para salvar o mais fulcral bioma da Terra são assustadores.

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UESLEI MARCELINO/Reuters
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O linguista Nilson Gabas Júnior, director do Museu Goeldi de Belém do Pará, olha para as crises da Amazónia contemporânea e vê um elefante num quarto escuro rodeado de pessoas que o auscultam. Nessa Amazónia metafórica, “sabe-se tudo, da unha ou da orelha” do elefante, mas depois do diagnóstico falta a terapia de “uma decisão política transversal” ou “uma grande visão de planeamento”. As “unhas” poderiam ser o desmatamento que continua a devastar a floresta tropical; as “orelhas” a ocupação ilegal de terras ou o “garimpo” ilegal; e os dentes do elefante as invasões ilegais de territórios indígenas que ameaçam as suas formas de vida ou, como aconteceu este ano com os ianomâmi, a sua própria existência. Há para cada uma dessas maleitas respostas parcelares, mas na escuridão da sala a Amazónia, o Brasil e o mundo continuam a ser incapazes de inverter as tendências que ameaçam um bioma essencial para a vida no planeta.

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