Sonda da NASA descobre asteróide orbitado por uma “mini-lua”

Sonda Lucy estava a sobrevoar o asteróide denominado “Dinkinesh” e averiguou que aquele pedaço de rocha espacial tinha um companheiro lunar.

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O asteróide Dinkinesh é orbitado pelo seu próprio satélite minúsculo NASA/Goddard/SwRI/Johns Hopkins APL/NOIRLab
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Uma sonda espacial da NASA, chamada Lucy, descobriu um asteróide no sistema solar que é orbitado pelo seu próprio satélite minúsculo — ao que se poderá dar o nome de “mini-lua”.

A descoberta foi feita a 1 de Novembro, quando a sonda Lucy estava a sobrevoar o asteróide denominado “Dinkinesh” e averiguou que aquele pedaço de rocha espacial tinha um companheiro lunar.

“Dinkinesh” é o nome emprestado de uma palavra da língua amárica (da Etiópia) — que significa “és maravilhosa” — para o fóssil de Lucy, um australopiteco fêmea com mais de três milhões de anos (encontrado na Etiópia em 1974), que dá, por sua vez, nome à missão da NASA que sobrevoou este asteróide. “Tal como o fóssil de Lucy forneceu conhecimentos únicos sobre a evolução humana, a missão Lucy promete expandir o nosso conhecimento sobre as origens planetárias”, salienta a NASA.

O asteróide situa-se na principal cintura de asteróides para lá de Marte. Os primeiros dados e imagens enviados por Lucy para a Terra revelam que o asteróide tem cerca de 790 metros de diâmetro e o corpo que o orbita tem apenas 220 metros de tamanho.

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Imagem do asteróide e da sa lua obtida a cerca de 1600 quilómetros de distância NASA/Goddard/SwRI/Johns Hopkins APL

Lançada em 2021, Lucy sobrevoou “Dinkinesh” numa espécie de ensaio para depois visitar os asteróides maiores e mais misteriosos perto de Júpiter, os principais alvos da missão. Estima-se que a sonda espacial chegará ao primeiro destes asteróides chamados troianos em 2027 e deverá explorá-los durante pelo menos seis anos.

“Dinkinesh fez mesmo jus ao seu nome; isto é maravilhoso”, afirmou Hal Levison, investigador principal da missão, num comunicado divulgado pela NASA. “Quando a Lucy foi originalmente seleccionada para voar, planeámos passar por sete asteróides. Com a adição de Dinkinesh, duas luas troianas e agora este satélite, aumentámos para 11”, acrescentou.

Embora este encontro tenha sido realizado como um teste de engenharia, os cientistas da equipa estão entusiasmados com a análise dos dados para obter informações sobre a natureza dos pequenos asteróides.

“Sabíamos que este seria o asteróide da cintura principal mais pequeno alguma vez visto de perto”, disse Keith Noll, cientista da missão Lucy, citado pela NASA. “O facto de serem dois torna-o ainda mais emocionante. Em alguns aspectos, estes asteróides são semelhantes ao sistema binário de asteróides próximos da Terra Didymos e Dimorphos que a missão DART observou, mas há algumas diferenças realmente interessantes que vamos investigar.”

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