Dino D’Santiago celebra dez anos do álbum Eva com concertos em Lisboa e no Porto

O cantor e compositor tocará o seu primeiro álbum a solo na íntegra, a 24 de Novembro no Tivoli, em Lisboa, e a 6 de Dezembro na Casa da Música, no Porto.

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Dino D'Santiago Maria Abranches

O cantor e compositor Dino D'Santiago vai celebrar os dez anos do seu primeiro álbum a solo, Eva (2013), a 24 de Novembro no Tivoli, em Lisboa, e a 6 de Dezembro na Casa da Música, no Porto, anunciou esta segunda-feira a promotora e agência de música Arruada.

O músico português, de ascendência cabo-verdiana, tocará o disco na íntegra, afirmando que serão "duas noites únicas e especiais" em que celebrará Eva "com um olhar sobre o passado, o presente e o futuro" do seu percurso. O artista adianta que vai apresentar "novas roupagens" de canções como Nos Tradison, Pensa na Oji, Ka bu Txora e Djonsinho Cabral, esta última um original de Os Tubarões, uma das bandas mais importantes de Cabo Verde, sobretudo no período da luta pela independência do país.

Nos dois concertos será exibida, em estreia, a curta-metragem documental Eva, onti y oji, de Chris Costa, que "vai transportar o público para os locais e pessoas que inspiraram a criação do álbum, em 2013". Em comunicado, a Arruada recorda que Eva é dedicado à sobrinha de Dino D'Santiago, Eva Pereira - e será ela a personagem principal da curta-metragem. Os bilhetes para o Tivoli custam entre 15€ e 30€, e entre 20€ e 30€ para a Casa da Música.

Antes deste disco de estreia em nome próprio, o cantor e compositor tinha editado, em 2008, Eu e os Meus, enquanto Dino and The Soul Motion. Já como Dino D'Santiago, lançou depois Mundu Nôbu (2018), Kriola (2020), que o confirmou como um dos músicos mais celebrados em Portugal e da lusofonia, e Badiu (2021).

Em Badiu, Dino D'Santiago enaltece o batuku e o funaná, músicas tradicionais de Cabo Verde "que resistiram à opressão", ao mesmo tempo que homenageia os Badiu, ou badios, um povo que é "símbolo de resistência e resiliência". Como o artista explicou em entrevista à Lusa em 2021, os badios foram levados à força dos territórios onde se situam hoje a Gâmbia e o Senegal e, posteriormente, da Guiné-Bissau para a ilha de Santiago, em Cabo Verde, escravizados pelos portugueses. Continuam a viver em Santiago, numa comunidade no interior da ilha.

Segundo Dino D'Santiago, este povo foi quem "conseguiu manter a tradição dos ritmos que saíram directamente de África e não se aculturaram tanto como os que ficaram reféns e foram depois vendidos para outros países, outros mercados".

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