Governo italiano suaviza imposto sobre lucros dos bancos e acções recuperam

Bolsas europeias sobem, impulsionadas pela recuperação das acções dos bancos. Em Lisboa, BCP sobe mais de 1%.

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Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana, surpreendeu e assustou mercado com imposto extraordinário sobre lucros dos bancos Reuters/GUGLIELMO MANGIAPANE
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É um recuo parcial, mas suficiente para travar a queda das acções dos bancos italianos e, por arrasto, de bancos europeus. O Governo italiano surpreendeu o mercado ao anunciar na segunda-feira a criação de um imposto extraordinário de 40% sobre a margem entre os juros dos empréstimos e dos depósitos, mas terça-feira ao final do dia veio suavizar a medida, ao definir um limite. O imposto não representará mais de 0,1% dos activos totais das instituições bancárias.

A reacção das bolsas na manhã desta quarta-feira foi positiva, mas ainda longe de recuperar a totalidade das perdas da véspera. As acções dos principais bancos italianos iniciaram a sessão a subir entre 1,7% e 2,25%, com o Finecobank a registar o melhor desempenho, com um aumento de 4%.

Contudo, a recuperação ainda está longe de anular as quedas registadas na sessão anterior em instituições como Intesa Sanpaolo, que perdeu 8,6%, ou no BPER, que desvalorizou 10,9%.

O FTSE MIB, o principal índice da bolsa italiana, começou a sessão a subir 1,6%, ao passo que o representativo Euro Stoxx 600 abriu a valorizar 0,9%, impulsionado pelas acções de bancos europeus.

A bolsa de Lisboa também iniciou a sessão desta quarta-feira a subir, embora com uns modestos 0,4%, e o BCP recupera parcialmente da queda de 3,54% de terça-feira. As acções do único banco português cotado subiam 1,28% às 9h30.

A decisão de manter o imposto de 40%, mas limitado a 0,1% dos activos, visa garantir que os bancos "não terão impacto significativo em consequência da norma", informou o Ministério das Finanças, após uma reunião marcada para o final do dia de ontem.

Embora com menor impacto, e à semelhança do que já fizeram outros países, o Governo italiano continua unido no propósito de redistribuir uma pequena parte dos lucros dos bancos - gerados pelo diferencial entre juros cobrados nos empréstimos e os pagos nos depósitos - pelos titulares de hipotecas e com baixos rendimentos e pensões.

As contas relativamente ao impacto do imposto nos cofres do Estado italiano terão agora de ser revistas. Sem a introdução do limite, as estimativas avançadas ontem apontavam para valores entre dois mil e três mil milhões de euros.​

O diferencial entre juros cobrados e pagos também se verifica em Portugal. Exemplificativo disso mesmo, os cinco maiores bancos a operar no país registaram, no primeiro semestre do ano, lucros totais de 1994 milhões de euros, o maior valor de que há registo na história recente do sector, e explicado em 1800 milhões de euros com o alargamento da margem financeira conseguida pelos bancos. Com Agências

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