Ana Rita Duarte recebe bolsa europeia para ampliar vida útil de produtos como a fruta

Investigação da Universidade Nova de Lisboa pretende aumentar o tempo de vida de produtos perecíveis, como é o caso da fruta, ao prolongar a actividade antioxidante. Cientista recebe 150 mil euros.

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O intuito do projecto português é aumentar a vida útil dos produtos e, assim, reduzir o desperdício Nelson Garrido

A investigadora Ana Rita Duarte, da Universidade Nova de Lisboa, foi esta quinta-feira a única portuguesa contemplada com uma bolsa do Conselho Europeu de Investigação (ERC, na sigla em inglês).

De acordo com um comunicado do ERC, das 183 candidaturas a Bolsas de Prova de Conceito, foram seleccionados 66 projectos para financiamento, no valor de 150 mil euros cada, e distribuídos por 14 países.

Em Portugal, o único projecto premiado foi o IMproVITA, que tem como principal objectivo ajudar a melhorar a vida útil de produtos perecíveis através da estabilização de vitaminas, utilizando uma tecnologia inovadora que visa aumentar a actividade antioxidante e prevenir a oxidação da fruta até 48 horas quando exposta ao ar, segundo informação disponibilizada pela faculdade.

“Sabemos que as indústrias de processamento de alimentos enfrentam uma elevada pressão para aumentar a vida útil dos produtos e diminuir as toneladas de resíduos geradas todos os anos, enquanto o consumidor é cada vez mais consciente nas escolhas que faz”, explica a investigadora no site da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

Ana Rita Duarte recebe assim a sua terceira bolsa do ERC para investigação, tendo já sido financiada em 2016, com uma Bolsa de Consolidação, e em 2022, com outra Bolsa de Prova de Conceito.

Este tipo de bolsas, que a investigadora portuguesa ganhou agora, implica que o financiamento tem de ser também utilizado para perceber a viabilidade dos conceitos científicos em desenvolvimento, assim como para explorar oportunidades de negócio ou preparar pedidos de patente. Neste caso, a equipa pretende avaliar junto do mercado qual o potencial comercial desta nova solução para produtos perecíveis.

Na selecção anunciada esta quinta-feira, o maior número de bolsas foi atribuído em Espanha (12), seguindo-se Alemanha (nove), Reino Unido (oito), Itália (sete), França (seis), Bélgica (cinco), Países Baixos (cinco), Dinamarca, Irlanda e Israel (três bolsas em cada), Suécia (duas) e, com uma bolsa, Áustria, Portugal e República Checa.

O ERC, criado pela União Europeia em 2007, é o principal organismo europeu de financiamento da investigação de excelência e de vanguarda, financiando cientistas, de qualquer nacionalidade e idade, para a realização de projectos em toda a Europa.

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