Festival D’Onor: despertar memórias adormecidas e dar palco ao talento da região

Entre Rio de Onor e Riohonor de Castilla, de 21 a 23 de Julho, há bailaricos, música ao desafio, tasquinhas, artesanato, jogos tradicionais e muito improviso.

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O Festival D’Onor, edição de 2022 Pedro Carvalho/ Montes de Festa - Associação
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Em Rio de Onor, do lado de cá (Bragança), e em Riohonor de Castilla, do lado de lá (Zamora, Espanha) está tudo pronto para a quinta edição do Festival D'Onor, "um evento extraordinário que promete encantar os corações de todos" e que ganha vida entre os dias 21 a 23 de Julho com muita música, muita dança e "renovadas tradições", bailaricos, música ao desafio, tasquinhas, artesanato, jogos tradicionais e muitos momentos de puro improviso. A entrada é gratuita e o campismo também.

Em pleno Parque Natural de Montesinho, no miolo de uma aldeia, eleita em 2017 a 7 Maravilha de Portugal – aldeia em área protegida, vai-se construindo um festival "pensado com pés e cabeça" que quer mesmo "fazer sentido" e ser "diferenciador". "Queremos tocar nas memórias adormecidas e, ao mesmo tempo, dar palco ao talento da região", explicou à Fugas, David Vaz, fundador e presidente da Montes de Festa, associação que organiza este momento de "identidade e memória".

A festa começa na sexta-feira, a partir das 21h, com o Baile do Gaiteiro - Jam Session & Open Call, uma actividade que desafia instrumentistas e amadores de todas as origens musicais a participar numa sessão improvisada. Basta levar um instrumento musical e juntar-se à festa. A esta experiência de improvisação, juntam-se as Danças Tradicionais e do Mundo, numa iniciativa que evoca a memória dos antigos bailes que se realizavam no Largo da Portelica, em Rio de Onor, ao som da gaita-de-foles.

O segundo dia começa junto à sede da Associação de Rio de Onor, onde decorrerá uma mostra e oficina de Jogos Tradicionais (14h30), com ênfase no jogo da raiola, actividade que antigamente era desenvolvida como “jogo de taberna” e utilizada para passar os tempos livres e “ver quem paga a rodada seguinte” nos centros de convívio das aldeias transmontanas.

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Pedro Carvalho/ Montes de Festa - Associação
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O resto da tarde será preenchido com uma Ronda Cultural e das Adegas (concentração no Largo da Portelica pelas 16h). Se não conhece Rio de Onor, esta é uma excelente oportunidade para explorar a riqueza cultural das duas aldeias, uma portuguesa e outra espanhola, que, "na verdade, o povo nunca quis distinguir", explica em comunicado a organização do evento. O desafio é "descobrir os segredos escondidos em cada canto, percorrendo o património edificado comunitário da aldeia e explorando os encantos das adegas locais, partilhando do vinho e hospitalidade dos habitantes dois lados da fronteira". A Ronda segue como as de antigamente – guiada pelo som dos gaiteiros e tocadores da região — e termina ao pôr do sol, no Largo da Igreja, onde estarão instaladas cinco tasquinhas com iguarias locais. O som fica a cargo do grupo espanhol Manaita e da dulzaina.

No domingo, a partir das 15h, há uma sessão de Teatro ao Ar Livre (dinamizado pelos membros da FISGA – Associação) e, de seguida, nas margens do rio, junto à Ponte Antiga de Rio de Onor, há Música no Rio (uma "volta ao mundo" guiados por Sara Grenha, Adiler da Graça, Fernando Fernandes e Hardança) antes das Cantigas D’Onor (19h30), em que se dá vida e harmoniza canções e partituras de um cancioneiro com 70 anos.

O Festival D’Onor, edição de 2022 Pedro Carvalho/ Montes de Festa - Associação
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O Festival D’Onor, edição de 2022 Pedro Carvalho/ Montes de Festa - Associação
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O Festival D’Onor, edição de 2022 Pedro Carvalho/ Montes de Festa - Associação

"Foi em 1953 que Margot Dias viu o seu marido, Jorge Dias, publicar a afamada obra Rio de Onor: Comunitarismo Agro-Pastoril – um amplo estudo etnográfico de inestimável valor. Nesse livro está presente um cancioneiro anotado e elaborado por Margot Dias, com 40 canções recolhidas em Rio de Onor." Agora, o musicólogo brigantino João Amaro e a cantora Helena Xavier têm a responsabilidade de dar uma nova vida a algumas dessas melodias.

O festival, organizado e promovido pela Montes de Festa – Associação, em colaboração com a Associação Cultura e Recreativa de Rio de Onor, encerra com os Gaiteiros D’Onor, grupo informal de música tradicional formado por membros da entidade organizadora, convidam o grupo Vira Bombos, composto por utentes da APADI – Associação dos Pais e Amigos do Diminuído Intelectual.

Ainda estão abertas as candidaturas para as bolsas de voluntariado em diferentes áreas, uma oportunidade de "aprender e ensinar", lança a organização, ansiosa por "juntar mais gente à família".

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