Despesas da família real britânica aumentaram no último ano

O período abrangido, de Abril do ano passado ao deste ano, incluiu o Jubileu de Platina de Isabel II, o seu funeral e a mudança de reinado para Carlos III.

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Populares junto ao Palácio de Buckingham no dia da coroação de Carlos III, em Maio passado Reuters/HENRY NICHOLLS/Arquivo
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O último relatório sobre o Subsídio Soberano revela que as despesas reais aumentaram no último ano financeiro. De Abril de 2022 a Abril passado foi gasto um total de 107,5 milhões de libras (124 milhões de euros), um aumento de 5% em comparação com o ano anterior.

O Subsídio Soberano – que é a parcela do orçamento geral do Estado destinada às despesas de manutenção da família real britânica — cobriu 86,3 milhões de libras (cerca de 100 milhões de euros) desse montante. Os restantes 34,5 milhões (cerca de 40 milhões de euros) foram retirados dos fundos de reserva, revela o relatório publicado no site oficial da casa real.

O valor do Subsídio Soberano, que se mantém inalterado em relação ao ano anterior (2021/2022), equivale a 1,29 libras esterlinas (1,49 euros) por pessoa no Reino Unido, salvaguarda a casa real. Do valor pago pelos britânicos, 51,8 milhões de libras (perto de 60 milhões de euros) foram para financiar as deslocações oficiais, a manutenção de propriedades e os custos operacionais da casa do rei, enumera o relatório.

O aumento do total reflecte um período descrito por sir Michael Stevens, Guardião do Tesouro Privado, como "um ano de luto, mudança e celebração, como a nação não testemunhava há sete décadas", refere, citado no site real.

O período abrangido por este relatório inclui o Jubileu de Platina da rainha Isabel II, bem como a mudança de reinado para o rei Carlos III. O jubileu custou 700 mil libras (810 mil euros), enquanto o Palácio de Buckingham cobriu uma despesa de 1,6 milhões de libras (1,85 milhões de euros) relacionada com o funeral da rainha, em Setembro de 2022.

As despesas oficiais foram superiores ao Subsídio Soberano e às receitas suplementares obtidas, com uma despesa líquida de 107,5 milhões de libras (um aumento de 5% em relação ao ano anterior), devido também às obras de remodelação em curso no Palácio de Buckingham, bem como "ao impacto do aumento de 10,1% do Índice de Preços no Consumidor", justifica o site. O relatório mostra ainda que, devido ao aumento da inflação, a família real reduziu os custos de manutenção e aquecimento de outras propriedades (menos 19%).

Os custos com os salários foram um dos maiores aumentos anuais de todas as despesas, em 2022/2023, crescendo de 3,4 milhões de libras (3,93 milhões de euros) para 27,1 milhões, (31,3 milhões de euros) devido a um aumento salarial dos funcionários na ordem dos 5% a 6%. À medida que as actividades reais foram sendo retomadas e que as propriedades reais foram sendo abertas ao público, a mão-de-obra foi também subindo para os níveis anteriores à pandemia.

Enumera Michael Stevens: "Este ano assistiu-se ao regresso de muitos eventos que tinham estado ausentes do calendário durante a pandemia, incluindo Garden Parties [que permitem ao público frequentar os jardins do Palácio de Buckingham, em Londres, e confraternizar com a família real], Maundy [a celebração da quinta-feira santa, antes da Páscoa], Garter [a atribuição da Ordem da Jarreteira] e, claro, as primeiras visitas de Estado internas e externas do reinado de Carlos III. De um modo geral, a Casa Real adaptou-se para apoiar os programas completos e preenchidos de suas majestades, após um período em que não foi possível ter compromissos presenciais."

O relatório revela ainda que os membros da família real tiveram mais de 2700 compromissos no Reino Unido e no estrangeiro. Mais de 95 mil convidados foram recebidos nas residências oficiais, participando em mais de 330 eventos. E um pormenor: este ano foi o "mais movimentado de que há registo" em termos de correio recebido, com o Palácio de Buckingham a recepcionar 183.207 itens de correspondência.

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