Acusado de violação e tráfico humano, Andrew Tate fica em prisão domiciliária

O influencer britânico deverá ficar em prisão domiciliária pelo menos até ao final de Julho. Ainda não há previsão para o início do julgamento em Bucareste.

Foto
Andrew Tate à chegada do tribunal em Bucareste EPA/Robert Ghement

O influencer Andrew Tate vai continuar em prisão domiciliária na Roménia durante, pelo menos, mais 30 dias, a contar do final de Junho, determinou um tribunal em Bucareste, nesta sexta-feira. O britânico encontra-se com um processo judicial a decorrer, mas ainda não se conhece data para o julgamento.

Tate foi indiciado, nesta terça-feira, por suspeitas de tráfico humano, violação e de formar uma organização criminal para explorar sexualmente mulheres. Também o seu irmão, Tristan, e duas sócias romenas enfrentam acusações semelhantes, por terem incitado à violação e participarem da organização criminosa.

Todos os arguidos vão ficar em prisão domiciliária, enquanto decorre a investigação na qual são testemunhas sete mulheres que dizem ter sido ludibriadas a pensar que se trataria de amor. Tate, relatam, chegou a fazer promessas de casamento. Até agora, todas as acusações têm sido negadas e o influencer rotula-as de “mentiras”.

Os quatro suspeitos estiveram detidos pela polícia entre 29 de Dezembro e 31 de Março, quando o tribunal determinou que deviam ficar em prisão domiciliária, um regime que os procuradores estavam focados em manter agora que se conhecem as acusações. A medida de restrição tem, contudo, de ser renovada a cada 30 dias.

Não há data para o início do julgamento e, sob a lei romena, o caso tem de ficar em avaliação preliminar por parte de um juiz durante 60 dias. O magistrado deve inspeccionar as provas e comprovar a legalidade do processo judicial. Na Roménia, o crime tráfico humano pode levar a uma sentença de até dez anos, tal como a violação.

Foto
Tate e o irmão Robert Ghement/Lusa

Os procuradores confirmaram ainda que estão a investigar os arguidos noutro caso separado, que envolve alegações de lavagem de dinheiro, ocultação de testemunhas e tráfico de seres humanos, entre os quais crianças.

Não demorou até que Andrew Tate reagisse às acusações conhecidas nesta semana. “Não somos os primeiros homens influentes a ser atacados injustamente”, queixou-se aos jornalistas, na sequência da audiência que determinou a prisão domiciliária. “Adoro este país e vou ficar aqui independentemente do que aconteça. E mal posso esperar para ser provada a minha inocência.”

Tate tornou-se conhecido através da internet pelos comentários misóginos e por defender, entre outros argumentos, que as mulheres são para “ter filhos, estar caladas e fazer café”. Chegou a promover um curso online de coaching para ensinar aos seguidores como devem ser “as interacções entre homem e mulher”. No vídeo de apresentação dizia que a função do homem é “conhecer uma rapariga, levá-la em alguns encontros, dormir com ela, fazer com que ela se apaixone ao ponto de fazer tudo o que o homem diz, e depois conseguir que se filme para ficarem ricos juntos”.

Durante os últimos meses, o influenciador tem-se queixado de que as suas afirmações são tiradas do contexto e, numa entrevista à BBC, defendeu só querer o bem para o mundo: “Estou a apregoar o trabalho duro, a disciplina. Sou um atleta, defendo as políticas antidroga, a religião, a abstinência de álcool e a ausência de armas. Sou contra todos os problemas da sociedade moderna.”

Apesar de já ter sido banido das redes sociais por diversas vezes, a página de Andrew Tate no Twitter continua activa.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários