Andrew Tate formalmente acusado de violação, tráfico humano e exploração sexual

O julgamento não deve começar nos próximos meses. Além do influencer, também está acusado o seu irmão, Tristan, e mais dois sócios. Todos negam as acusações.

Foto
O influencer em tribunal esta terça-feira Reuters/INQUAM PHOTOS
Ouça este artigo
--:--
--:--

O influencer britânico Andrew Tate foi formalmente acusado de violação, tráfico humano e de exploração sexual, avançou esta terça-feira o tribunal de Bucareste, na Roménia. O seu irmão Tristan e dois sócios também foram acusados, acrescenta a BBC. Até agora, todos os arguidos têm negado as acusações, rotulando-as de “mentiras”.

Desde Março, Andrew Tate estava em prisão domiciliária a aguardar as acusações formais por parte do tribunal. Na acusação agora dada a conhecer o tribunal declara que os quatro indivíduos montaram uma organização criminosa em 2021 para tráfico humano na Roménia e noutros países, incluindo os Estados Unidos e o Reino Unido.

Nos documentos são mencionadas sete vítimas que foram recrutadas pelos irmãos Tate com falsas juras de amor e até promessas de casamento. O tribunal acusa, ainda, Andrew Tate de ter violado uma das vítimas e o irmão Tristan de ter incitado outros ao crime de agressão sexual. "Abraçamos esta oportunidade como uma forma de provar a inocência", reagiu um porta-voz dos arguidos, citado pela BBC.

O juiz romeno responsável pelo caso tem agora 60 dias para investigar toda a documentação do processo, antes de o caso ser enviado para julgamento. Não se espera que o julgamento tenha início nos próximos meses e, diz a BBC, podem passar vários anos até ser conhecido o desfecho.

Desde que foi detido a 29 de Dezembro, Andrew Tate tem negado constantemente todas as acusações, dizendo que são mentiras e invenções. Numa entrevista recente à BBC, o influencer britânico, conhecido pelos comentários misóginos e por defender que as mulheres são para “ter filhos, estar caladas e fazer café”, desacreditou uma das testemunhas principais do caso.

Sophie (nome fictício) é uma das mulheres que o acusa de exploração sexual. Tate alega que é “inventada”: “Esta Sophie não tem rosto. Ninguém sabe quem ela é.” A mulher conta ter sido levada para a Roménia pelo britânico, que acreditava estar apaixonado por si. Depois, foi pressionada a fazer trabalho sexual através da Internet e até a tatuar o nome do suposto namorado no seu corpo.

Na mesma entrevista, Tate defendeu que só queria o bem para o mundo: “Estou a apregoar o trabalho duro, a disciplina. Sou um atleta, defendo as políticas antidroga, a religião, a abstinência de álcool e a ausência de armas. Sou contra todos os problemas da sociedade moderna.” As suas afirmações, acrescentou, têm vindo a ser tiradas do contexto, mesmo quando disse que os órgãos sexuais de uma mulher pertencem ao seu parceiro.

Tate chegou a promover no seu site um curso online de coaching para ensinar aos seguidores como devem ser “as interacções entre homem e mulher”. No vídeo de apresentação dizia que a função de homem é “conhecer uma rapariga, levá-la em alguns encontros, dormir com ela, fazer com que ela se apaixone ao ponto de fazer tudo o que o homem diz, e depois conseguir que se filme para ficarem ricos juntos”.

Tais declarações já não estão online, mas apesar de já ter sido banido das redes sociais por diversas vezes, a página de Andrew Tate no Twitter continua activa. Até agora, ainda não reagiu às acusações formais dadas a conhecer esta terça-feira.

Sugerir correcção
Ler 7 comentários