O trabalho “árduo” e imprevisível de escavar um túnel: Linha Rosa já vai quase a meio

Ministro Duarte Cordeiro visitou o maior túnel em construção no metro do Porto. Dos 583 metros, 253 estão escavados. Linha Rosa fica pronta no fim de 2024 e quer angariar cinco milhões de passageiros.

neg - 05 MAIO 2023 -  VISITA NAO TUNEL E OBRAS DO METRO DO PORTO NA ESTACAO DO HOSPITAL DE SANTO ANTONIO
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Túnel entre Santo António e Praça da Liberdade é o maior em construção pelo metro do Porto Nelson Garrido
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Túnel entre Santo António e Praça da Liberdade é o maior em construção pelo metro do Porto Nelson Garrido
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As máquinas e os homens param apenas um dia e meio por semana. De segunda-feira a meio de sábado, 24 horas por dia, escavam-se túneis no subsolo do Porto. O maior deles, entre o Hospital de Santo António e a Praça da Liberdade, terá 583 metros de comprimento. E 253 já estão escavados. Esta sexta-feira, o ministro do Ambiente e da Acção Climática, Duarte Cordeiro, calçou galochas para ver o “andamento da obra”, quase 30 metros abaixo do solo. A empreitada da futura Linha Rosa – que ligará São Bento e a Casa da Música – deverá estar concluída no final de 2024, entrando em funcionamento até ao fim do primeiro trimestre de 2025.

No fundo do poço, à entrada do túnel, está Santa Bárbara, padroeira dos mineiros. Mais de 200 metros à frente, os dias arrancam com uma “pega de fogo”, por volta das oito da manhã, explica o engenheiro Pedro Lé Costa, director da obra da Linha Rosa. “Faz-se a retirada do material, depois o saneio da frente, preparação da frente, a selagem. E prepara-se outra pega de fogo às oito [da noite].” Durante a noite o processo repete-se, preparando-se o disparo das 8h.

Naquela frente de obra, neste momento por baixo da reitoria da Universidade do Porto, estão a ser escavados “três a quatro metros por dia”. Mas outras há em que só se avançam “cinco metros por semana”. “Isto é o desafio da cidade do Porto: são solos muito heterogéneos”, comenta Pedro Lé Costa ao lado de Duarte Cordeiro, Jorge Delgado, secretário de estado da mobilidade urbana, e Tiago Braga, presidente da Metro do Porto.

Neste momento, o material encontrado na frente de obra, “de pior qualidade”, obrigou a “reduzir o passo de avanço” e providenciar “um sistema de suporte diferente para controlar as deformações na superfície”, explica: “Com a reitoria em cima há cuidados que temos de ter.” Este túnel, o maior dos quatro que estão a ser escavados na cidade, passará por baixo do Instituto de Ciências Biomédica Abel Salazar (ICBAS), do Quartel do Carmo, da Praça dos Leões, da Torre dos Clérigos e do Túnel de Ceuta.

Na Praça da Galiza há mais dois túneis a serem escavados (um em direcção à Casa da Música e outro em direcção ao Jardim do Carregal, aonde deverá chegar dentro de um ano) e na Avenida da França outros dois (um debaixo da avenida e outro vindo da Rua de Domingos Sequeira).

Ministro Duarte Cordeiro garante que subida de preços não será um problema para o avançar da obra Nelson Garrido
Nelson Garrido
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Ministro Duarte Cordeiro garante que subida de preços não será um problema para o avançar da obra Nelson Garrido

A imprevisibilidade é grande e o trabalho "verdadeiramente árduo". “As obras geotécnicas têm esta natureza”, nota Tiago Braga: “Por muitas sondagens que façamos nunca conhecemos verdadeiramente o perfil que vamos encontrar”. Para compensar, a estratégia vai sendo ajustada. “Estamos com sete frentes de túnel, mas para compensar as dificuldades que diminuem o passo de avanço queremos abrir novas frentes.”

Nesta fase da obra, as queixas de moradores e comerciantes desceram de tom. Em vez de martelos a picar pedra quase ininterruptamente, há duas explosões diárias, com duração de segundos. A população das redondezas está avisada e a Metro investiu num “sistema de detonação que permite reduzir e contornar o mais possível as vibrações”.

O preço aumenta, o Governo aguenta

O investimento nesta empreitada, financiada pelo POSEUR e pelo Fundo Ambiental, é de 246 milhões de euros. E a subida dos custos, na ordem dos 30%, consequência do contexto de guerra na Europa (a Ucrânia é um dos grandes produtores mundiais de aço) e da inflação, não será um problema. “Estamos a avançar a muito bom ritmo e temos o financiamento angariado”, afirmou Duarte Cordeiro, dizendo que não está definido se essa verba virá do PRR, do Fundo Ambiental ou do próprio Orçamento do Estado.

A Linha Rosa é "muito importante para a cidade do Porto”, resumiu, congratulando-se pelo avanço e com aquilo que a concretização deste traçado significa: “Só esta linha vai permitir, do ponto de vista ambiental, angariar cinco milhões de passageiros e remover 1500 toneladas de dióxido de carbono.”

Em números redondos, o ministro aponta um investimento de 1200 milhões de euros em quatro grandes projectos no Porto: a Linha Rosa, a Linha Amarela (com conclusão prevista até ao final deste ano), a BRT (pronta até meio de 2025) e a Linha Rubi (até meio de 2026), cujo concurso deverá ser lançado na próxima semana.

“São quatro obras impressionantes que vão mudar a mobilidade na zona do Porto e que vão contribuir e muito para o nosso objectivo ambiental: mudar o perfil de mobilidade, procurando tornar o transporte público mais atractivo”, referiu o ministro, que contornou as perguntas dos jornalistas sobre a crise no Governo e o “raspanete” de Marcelo Rebelo de Sousa. No bom andamento da obra, foi dizendo, perante a insistência no tema, pode espelhar-se o andamento do Governo: “Só precisamos de ter estabilidade para concretizar aquilo que temos planeado...”, rogou.

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