Costa Silva quer ideias e vai começar pelo “quadrilátero” do Minho
Ministro da Economia vai para a estrada com toda a equipa para ouvir agentes económicos em encontros mensais. Guimarães é o ponto de partida, para falar de Indústria 4.0 e internacionalização.
Há cerca de 67 mil empresas espalhadas por Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos. Esses quatro concelhos compõem o chamado “quadrilátero” do Minho, uma das bases industriais de Portugal, e é por ali que o ministro da Economia, António Costa Silva, quer começar uma viagem pelo país. O ponto de partida é Guimarães, cujo Teatro Jordão, renovado, será palco inaugural (hoje, às 14h15) dos Encontros de Economia. A ideia é juntar Estado, regiões, municípios, empresários e outras partes interessadas, para sentir o pulso à economia, recolher “contributos” e ideias, registar problemas, encontrar soluções.
“Acredito muito no potencial de desenvolvimento deste polígono, em termos de industrialização e reindustrialização. Há 300 mil pessoas que trabalham ali e são responsáveis por quase 4% do nosso Produto Interno Bruto”, realça o governante ao PÚBLICO, justificando assim a escolha de Guimarães como ponto de partida para esta iniciativa que, daqui até Novembro, percorrerá todas as regiões e levará o ministro, o IAPMEI, a ANI, o Turismo de Portugal, o Banco de Fomento e outras entidades a um ponto diferente, todos os meses.
Cada edição terá um tema geral, o que não significa que não possa haver conversas sobre outros assuntos relevantes para a economia local e nacional. Os objectivos do “contacto directo” e da “proximidade” não se compaginam com espartilhos temáticos, até porque muitos dos assuntos económicos são transversais. Mas, para início de conversa, o ministério propõe sempre um assunto e a Indústria 4.o e a internacionalização são as propostas para o encontro em Guimarães, onde são esperados empresários e autarcas do distrito de Braga, mas também toda a equipa do ministério (designadamente os três secretários de Estado da Economia, do Mar e do Turismo, Comércio e Serviços) e o presidente do Compete (fundos europeus).
Em Fevereiro passado, numa entrevista ao PÚBLICO, o ministro da Economia defendeu a necessidade de melhorar o “sentido de urgência” na administração pública, para dar resposta atempada ao tecido económico. E, ao olhar para o país, argumentou que também era preciso “dar atenção ao polígono industrial Braga-Guimarães-Famalicão-Barcelos”. Três meses depois, Costa Silva ruma a Guimarães.
Sobre os temas gerais deste primeiro encontro o ministro realça que a realidade industrial é “bastante heterogénea”. “Há muitas empresas já mais avançadas no seu processo de transição tecnológica e energética (...). Há fenómenos de robotização avançada em algumas empresas, com automação, virtualização e impressão 3D”, mas também há outras “menos avançadas” e é necessário “criar uma onda”.
Os quatro principais municípios do Baixo Minho integram a região mais industrializada do país, a região norte, e nessa perspectiva são dos principais interessados na política pública para a indústria e para a internacionalização. Até porque, embora tenha um forte contributo para as exportações, o Norte é a região mais pobre do país em PIB per capita.
O roteiro da equipa de Costa Silva passará por todo o continente e ilhas, havendo planos para, até ao final de Novembro, discutir turismo, inovação, indústria, serviços, comércio e economia azul.