Vem aí o auge de uma chuva de estrelas, mas o brilho da Lua não ajudará quem quer ver

Pico de uma chuva de estrelas acontece antes do amanhecer desta próxima madrugada, mas o brilho da Lua vai dificultar as observações.

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As Aquáridas são restos do cometa Halley e surgem, por norma, no mês de Maio: na imagem, vemos a chuva que ocorreu em 2015 NASA
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Vem aí o auge de uma chuva de estrelas. O pico deste fenómeno será atingido antes do amanhecer de sábado (dia 6 de Maio). Contudo, como a Lua Cheia foi no dia anterior, o seu brilho ainda estará presente até esse amanhecer e dificultará a observação desta “chuva” de meteoros.

A chuva de estrelas que está agora em actividade chama-se “Aquáridas” e é uma das duas que resultam da passagem da Terra deixado pelo cometa Halley, indica Ricardo Cardoso Reis, do grupo de comunicação de ciência do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e do Planetário do Porto – Centro Ciência Viva. A outra acontece em Outubro e denomina-se “Oriónidas”.

Afinal, uma “chuva de estrelas” (como se designa ao fenómeno de forma informal) é o resultado de a Terra atravessar um rasto de partículas sólidas, geralmente deixadas por um cometa. Os traços luminosos que vimos na atmosfera terrestre – também conhecidos como “estrelas cadentes” – são aquilo a que os astrónomos designam “meteoros”.

Normalmente, estas chuvas de meteoros duram semanas. Contudo, como nota Ricardo Cardoso Reis, até um dia antes e a partir de um dia depois do máximo, a quantidade desses meteoros é muito pequena. “A actividade sobe de forma abrupta no dia do pico”, assinala.

Quanto à duração desta chuva de estrelas, já começou a 19 de Abril e estende-se até 28 de Maio. Acaba por não ter um pico abrupto e ter um planalto – afinal, há uma quantidade de meteoros “razoável” a ser observável entre 3 e 9 de Maio (desde esta quarta-feira até à próxima terça-feira). Mesmo assim, o dia com mais meteoros será o de 6 de Maio, no momento antes do amanhecer. “A melhor altura para observar esta ‘chuva’ de meteoros é antes do amanhecer, virados a Este. O radiante – o ponto de onde parecem emanar os meteoros –, que fica na constelação do Aquário, nasce por volta das 03h15 de dia 6”, assinala.

Ricardo Cardoso Reis refere ainda que, no seu máximo, esta chuva terá 50 meteoros por hora visíveis em céus escuros. Contudo, deixa um alerta: “Este ano, não se vai ver grande coisa. A Lua Cheia foi no dia anterior, pelo que o brilho da Lua estará presente até ao amanhecer, dificultando a observação, mesmo nos melhores locais.” Mesmo assim, aconselha que as melhores oportunidades de ver alguns meteoros acontecerão mais longe da poluição luminosa das cidades.

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