Nestas noites, olhe para o céu: há chuva de estrelas

Se o céu estiver limpo, a chuva de estrelas pode ser observada em qualquer lugar, de preferência em sítios afastados de iluminação artificial nocturna.

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Auge da chuva de estrelas, as Líridas, será na madrugada de domingo, refere Máximo Ferreira Nelson Garrido

Estas são noites de chuva de estrelas. Traços luminosos na atmosfera terrestre poderão ser vistos em qualquer parte do céu. O auge desta “chuva” acontecerá ao início da madrugada deste domingo, de acordo com o astrónomo Máximo Ferreira. Vai ser chuva de Líridas, como é conhecida, pois o radiante (o ponto de onde parecem surgir) está localizado na constelação de Lira. A observação desta chuva de estrela será impossível nos sítios do país onde o céu não estiver limpo.

A duração desta chuva de estrelas já começou a 15 de Abril e vai estender-se até dia 29 deste mês, segundo o site EarthSky. Agora chega o auge deste fenómeno – isto é, a ocasião de maior número de “estrelas cadentes”. “A data é sempre por volta de 22 e 23 de Abril e o ‘pico’ ocorrerá, este ano, ao princípio da madrugada do dia 23”, indica ao PÚBLICO Máximo Ferreira, director do Centro Ciência Viva de Constância – Parque de Astronomia.

Mas o que é uma “chuva de estrelas”? O astrónomo explica que é o resultado de a Terra atravessar um rasto de partículas sólidas, geralmente deixadas por um cometa. “Atraídas pela gravidade do nosso planeta, tais partículas adquirem grandes velocidades – 170.000 quilómetros por hora, no caso das Líridas –, aquecem e, para além de alterarem (ionizarem) alguns componentes atmosféricos, entram em combustão”, desmonta Máximo Ferreira. É então a combustão de partículas sólidas – e ainda mais importante, o resultado da ionização – que produz os traços luminosos.

As “estrelas cadentes” são assim traços luminosos na atmosfera terrestre, a que os astrónomos chamam “meteoros”, que podem ser vistos em qualquer parte do céu. O astrónomo explica ainda que parecerá que surgem de um ponto comum – o radiante –, que está localizado na constelação de Lira. “O ponto de onde parecem ‘sair’ as ‘estrelas cadentes’ situa-se muito perto da estrela Vega, a mais brilhante daquela constelação.”

Por estes dias, se o céu nocturno estiver sem uma Lua cheia, podem ser vistas entre dez e 15 Líridas por hora, de acordo com o site EarthSky. “No céu sem Lua, cerca de um quarto dos meteoros Líridas deixa um rasto persistente, um rasto de gás ionizado que brilha por uns segundos depois do meteoro ter passado”, descreve-se no mesmo site.

Já Máximo Ferreira diz que o fenómeno pode ser observado em qualquer lugar, de preferência afastado de sítios com iluminação artificial nocturna. Nem serão necessários binóculos ou telescópios.

Durante este fim-de-semana, as previsões meteorológicas apontam sítios em Portugal com algumas nuvens e outros com chuva. Se de madrugada o céu estiver com algumas nuvens, ainda se poderá ver no intervalo delas. Se chover e o céu estiver nublado, isso impossibilitará a observação desta chuva de estrelas.

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