Há 22 candidatos a director artístico do Teatro de São Carlos

Elisabete Matos, a actual directora, estará em funções até 30 de Junho. Substituto da soprano será escolhido de um naipe composto por sete portugueses ou residentes no país e 15 estrangeiros.

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O São Carlos é o único teatro de ópera do país Rui Gaudencio

A fase de recepção de candidaturas à direcção do Teatro Nacional de São Carlos (TNSC) está concluída e o saldo é “muito positivo”, de acordo com uma nota do OPART - Organismo de Produção Artística, entidade que gere aquele que é o único teatro lírico do país, acabada de chegar às redacções.

São 22 os candidatos ao lugar de director artístico do TNSC, que hoje pertence à soprano Elisabete Matos, sete deles portugueses ou residentes em Portugal e 15 estrangeiros, “um resultado muito positivo para a imagem do Teatro Nacional de São Carlos e demonstrativo do interesse que este concurso suscitou junto de profissionais e personalidades do meio cultural e artístico, nacional e internacional".

Respeitando o regulamento, o júri encarregado de seleccionar o futuro responsável artístico terá 20 dias para proceder à selecção prévia que conduzirá a uma lista final a apreciar, que será composta por apenas cinco dos candidatos, que serão posteriormente entrevistados.

O júri, escolhido pelo Ministério da Cultura sob proposta da administração do OPART, vai ser composto pela presidente deste organismo, Conceição Amaral, pelo vogal Rui Morais, pelo administrador do Centro Cultural de Belém e curador Delfim Sardo, pelo antigo director do Teatro Nacional São João Nuno Carinhas e pelo musicólogo Rui Vieira Nery.

Na fase que agora se segue, o júri vai avaliar o percurso profissional e artístico, a experiência na gestão de equipas artísticas e a adequação da carta de motivação aos desafios que se impõem à programação do São Carlos nos dois anos em que estará fechado para obras.

O TNSC vai estar encerrado durante metade do mandato da nova direcção, entre Janeiro de 2024 e Dezembro de 2025, devido a obras de requalificação do edifício financiadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência, tendo a reabertura prevista para Março ou Abril de 2026. Por isso mesmo, os candidatos foram chamados a incluir uma "proposta genérica de digressão nacional e tipologia de produções e actividade artística e cultural, privilegiando parcerias e co-produções durante o encerramento", de acordo com as condições do concurso divulgadas no início de Fevereiro.

Elisabete Matos, que em Outubro de 2019 sucedeu a Patrick Dickie na direcção artística da casa, terminou o seu mandato a 30 de Setembro de 2022, já depois de ter sido eleita deputada à Assembleia da República nas legislativas de Janeiro na lista do PS de Braga e sem nunca ter acumulado funções.

Em Setembro, e para evitar um vazio na direcção artística, a soprano viu o seu mandato prorrogado pelo ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, até 30 de Junho, data em que deverá entrar em funções o novo director.

O PÚBLICO tentou falar com Elisabete Matos para saber se a Assembleia da República é o palco que se segue para esta que é uma das mais internacionais cantoras líricas portuguesas, mas não foi possível ouvir a ainda directora artística.

O mandato da próxima direcção artística arranca em Julho e termina a 30 de Junho de 2027, sendo possível a sua renovação. De acordo com a agência Lusa, o salário do director artístico é de cinco mil euros ilíquidos, a que acrescem despesas de representação no valor de 300 euros e um subsídio de alimentação.

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