Aline Frazão celebra os 10 anos do álbum Movimento com uma reedição em vinil

Cantora e compositora angolana reedita esta sexta-feira em vinil um disco que foi fundamental no seu percurso, Movimento, iniciando a 1 de Abril uma digressão pelo Brasil e pela Europa.

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Aline Frazão DARYAN DORNELLES

Nasceu e cresceu em Luanda (em 1988) e vive actualmente em Berlim. Gravou um primeiro álbum em 2011, Clave Bantu, mas foi Movimento, de 2013, que lhe deu um novo rumo. Depois dele, lançou até à data mais três álbuns, Insular (2015), Dentro da Chuva (2018) e Uma Música Angolana (2022), mas é a Movimento que agora regressa, reeditando-o em vinil. A edição, que marca os 10 anos do disco, estará disponível na Drogaria Central Loja de Discos, em Almada, a mesma cidade onde ele foi originalmente gravado e misturado, no estúdio PontoZurca.

“O Movimento transformou-me para sempre como compositora, como cantora, como produtora”, escreve Aline Frazão no texto que anuncia esta reedição. “Foi o primeiro álbum no qual assinei a produção musical, mas toda aquela intensa aventura de estúdio foi muito mais do que uma assinatura. Foi um laboratório sonoro que me permitiu afinar uma linguagem que misturava a música popular angolana com o jazz, flertando abertamente com o Brasil e com Cabo Verde. Ritmos como a rebita, o semba e o kilapanga foram ali reinterpretados de acordo com a visão daquilo que eu considerava ser uma nova geração de músicos angolanos. Ao meu lado via Toty Sa’Med, Gari Sinedima, Selda, Irina Vasconcelos, Sandra Cordeiro, MCK e diante de nós, abrindo caminho, André Mingas, Filipe Mukenga, Paulo Flores entre tantos outros. Esse é o Movimento. Essa é a promessa. O corpo em dança, o verso solto, as seis cordas do meu violão e ‘o tambor que vos guia no improviso’ regressam agora em vinil numa edição que celebra a primeira década deste álbum, editado pela PontoZurca. Celebrar é preciso. Acreditar também.”

A par dos discos, Aline tem, ao longo de mais de uma década ligada à música, apresentado os seus trabalhos ao vivo em vários palcos na Europa, África e América Latina. Compôs a banda sonora do filme angolano Ar Condicionado, realizado por Fradique e estreado em Junho de 2020 e integrou, como cantora, o projeto de jazz Julia Hulsmann Oktett. No mesmo ano, começou a colaborar com a companhia italiana de Pippo Delbono na criação da peça teatral Amore, que se encontra em digressão europeia. Publicou ainda vários contos, crónicas e ensaios e tem sido voz activa, em Angola, como activista feminista, batendo-se pela democracia e pela justiça social.

Nos dias 1 e 5 de Abril actuará no Brasil, respectivamente em São Paulo e Belo Horizonte, iniciando depois uma digressão europeia que passará por Berlim (25 de Abril), Praga (26), Munique (27), Karlsruhe (28), Munster (29), Monheim (5 de Maio), Bad Homburg (6), Bona (11 de Maio, na Jazzfest) e, por fim, Lisboa, dia 20 de Maio, na 14.ª edição do Junta-te Ao Jazz.

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