Chumbada audição de sete personalidades no caso do Hospital Militar de Belém

PS contra, PSD e PCP abstiveram-se e IL ao lado do partido de Ventura.

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Ex-ministro da Defesa foi ouvido diversas vezes no Parlamento LUSA/MIGUEL A. LOPES

A Comissão Parlamentar de Defesa Nacional chumbou, ao princípio da tarde desta quarta-feira, a audição de sete personalidades requerida pelo Chega no âmbito do Hospital Militar de Belém.

“O Chega entende, não obstante as vindas do senhor ministro várias vezes à Assembleia da República, que as suas não-respostas às perguntas feitas [determinam] mais alguns esclarecimentos adicionais”, referiu o deputado Pedro Pessanha.

“O requerimento fala de insuficiência de esclarecimento deste caso e esta matéria tem estado em foco na Assembleia da República, pelo que o PS considera que a maior parte dos esclarecimentos já foram prestados”, esclareceu o deputado Diogo Leão ao anunciar o voto contra dos socialistas.

“Esta matéria sempre nos motivou dúvidas”, referiu a deputada do PSD Cristiana Ferreira, historiando as diversas iniciativas do seu partido no esclarecimento daqueles factos.

Mas, perante o requerimento do Chega, a deputada estabeleceu diferenças entre as sete personalidades: o ministro da Defesa João Gomes Cravinho, Marco Capitão Ferreira, ex-presidente das IdD Portugal e actual secretário de Estado da Defesa, e o general Nunes da Fonseca, Chefe do Estado-Maior do Exército à altura dos factos e ontem empossado CEMGFA [Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas]. Também o antigo ministro das Finanças João Leão e Jorge Seguro Sanches, ex-secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional. E, finalmente, os três arguidos pelo Ministério Público: Alberto Coelho, ex- director geral dos Recursos de Defesa, Paulo Branco, antigo director de Gestão Financeira do Ministério de Defesa Nacional, e Francisco Marques, responsável dos Serviços de Infra-Estruturas e Património.

Assim, a parlamentar recordou, por exemplo que, por solicitação do PSD, Marco Capitão Ferreira foi ouvido a 8 de Dezembro passado, que o Exército dirigido por Nunes da Fonseca já se manifestou sobre o ocorrido, e que ouvir os três arguidos suscita reservas. No entanto, admitiu que ouvir João Leão e Seguro Sanches pode ser importante.

Este último, actual deputado, compareceu na reunião, disponibilizando-se à Comissão de Defesa Nacional. “Estou disponível, é uma obrigação de serviço público”, defendeu. E garantiu: “o Governo actuou como devia ter actuado”.

Aos óbices levantados pelo PSD, Diogo Leão somou outro: “A Comissão Parlamentar de Defesa Nacional não se pode auto intitular comissão de inquérito”.

“Pretendemos esclarecimentos adicionais e não incriminar ninguém, não obrigamos ninguém [a comparecer], convidamos”, garantiu o deputado do Chega.

A Iniciativa Liberal não avançou os motivos do seu apoio ao requerimento do Chega, e o PCP as razões da sua abstenção ao lado do PSD.

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