China prepara “iniciativa de paz” para a Ucrânia

Chefe de diplomacia chinesa deverá encontrar-se ainda com homólogo ucraniano. Dmitro Kuleba congratula-se com papel de Pequim na busca da paz, mas nega ceder território.

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Dmitro Kuleba disse aos jornalistas ver com bons olhos que a China tente chegar à paz. Mas exclui ceder território JOHANNES SIMON/EPA

A China defendeu, este sábado, o seu papel na guerra na Ucrânia, com o chefe da diplomacia, Wang Yi, a dizer que o seu país “não ficou parado nem atirou achas para a fogueira”, cita a agência Reuters.

O responsável anunciou ainda, este sábado, na Conferência de Segurança de Munique, que Pequim poderá lançar uma iniciativa de paz na Ucrânia.

“Sugiro que toda a gente comece a pensar com calma, especialmente os amigos na Europa, sobre que tipo de esforços podemos fazer para parar esta guerra”, disse Wang.

O responsável também declarou que “há algumas forças que aparentemente não querem que as negociações tenham sucesso, ou que a guerra acabe depressa”, acrescentou, sem nomear a quem se referia.

A China tem sido criticada pelos Estados Unidos por apoiar a Rússia, acordando uma parceria especial com Moscovo.

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, na mesma conferência de Munique, onde estão vários altos responsáveis mundiais, afirmou que os Estados Unidos consideram “preocupante que a China tenha aprofundado a relação com a Rússia desde o início da guerra”, cita a Reuters.

Discurso de Xi

Na véspera, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália, Antonio Tajani, declarou que após um encontro com Wang, em Roma, na quinta-feira, este lhe disse que o Presidente chinês, Xi Jinping, faria um “discurso de paz” no aniversário da invasão, pela Rússia, da Ucrânia.

A China tem apelado genericamente à paz e à defesa da soberania e integridade territorial de todos os países.

Em declarações aos jornalistas à margem do encontro, o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmitro Kuleba, comentou a proposta chinesa dizendo que é do interesse da Ucrânia que a China tenha um papel na procura de uma solução para a paz, cita a agência de notícias alemã DPA. O final de Fevereiro tinha já sido apontado por Kuleba como uma data favorável a uma cimeira de paz.

O ministro ucraniano disse que terá ainda uma reunião bilateral com Wang Yi antes da partida do responsável chinês de Munique. Mas também deixou claro que Kiev rejeita perder território. “Não é possível chegar a um compromisso sobre um metro quadrado que seja de território”, declarou.

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