Ex-vice-presidente dos EUA intimado por procurador que investiga Trump

Intimação a Mike Pence e a antigo conselheiro de Segurança nacional do ex-Presidente dos EUA surge no âmbito da investigação especial à tentativa de subversão do resultado das eleições de 2020.

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Mike Pence e Donald Trump EPA/MICHAEL REYNOLDS

O procurador especial Jack Smith, que lidera duas investigações criminais do Departamento de Justiça dos Estados Unidos contra Donald Trump, intimou duas figuras importantes do antigo círculo de poder do Presidente norte-americano: Mike Pence, ex-vice-presidente; e Robert O"Brien, antigo conselheiro para a Segurança Nacional.

A notícia foi avançada na quinta-feira pela ABC News, e confirmada pela CNN e pelo Washington Post, e diz que as intimações estão relacionadas com a investigação ao papel de Trump nos planos para a subversão dos resultados eleitorais na eleição presidencial de 2020, vencida por Joe Biden, e que culminaram com a invasão do Capitólio, a 6 de Janeiro de 2021.

A outra investigação liderada por Smith está relacionada com os documentos confidenciais encontrados na mansão do ex-Presidente em Mar-a-Lago, no estado da Florida.

A imprensa norte-americana desconhece o conteúdo ou a natureza da intimação a Pence e não sabe se o ex-vice-presidente republicano vai agir de acordo com a mesma, lembrando que rejeitou, por exemplo, participar nas audiências da comissão inquérito do Congresso sobre a invasão ao Capitólio.

O Post informa, ainda assim, que a intimação surge depois de meses de negociações intensas entre o Pence e o Departamento de Justiça.

A manifestação trumpista do dia 6 de Janeiro de 2021 em frente à sede do poder legislativo norte-americano, em Washington D.C., que culminou com o assalto aos edifícios públicos, teve precisamente como pretexto a cerimónia de certificação dos resultados eleitorais, liderada por Pence.

Nos dias anteriores e no próprio dia da insurreição, Trump acusou o seu vice de “não ter coragem” de recusar a validação da vitória de Biden e de aderir à narrativa, infundada, de que houve fraude eleitoral.

No livro de memórias que publicou no final do ano passado – So Help Me God –, Pence defendeu, ainda assim, que embora tenha sido “imprudente” e “posto em perigo” membros da sua própria família, o ex-Presidente não incorreu numa prática criminosa.

Pence justifica a postura de Trump durante o processo pós-eleitoral com “mau aconselhamento jurídico”.

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