Boris Johnson foi a Kiev: “Amigos destes são mais valiosos do que um esquadrão de tanques”

Ex-primeiro-ministro britânico encontrou-se com Zelensky e visitou Bucha e Borodianka. “Vocês vão conseguir expulsar todos os russos do vosso país”, afiançou aos ucranianos.

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Boris Johnson, ex-primeiro-ministro e actual deputado britânico, em Kiev Reuters/VIACHESLAV RATYNSKYI

O antigo primeiro-ministro do Reino Unido Boris Johnson deslocou-se até Kiev, neste domingo, para uma visita ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e para alguns encontros com líderes locais.

O agora deputado britânico andou pelas ruas de Borodianka e visitou uma igreja em Bucha, localidades dos arredores da capital do país invadido pela Federação Russa.

Para além disso, depositou flores num memorial e tirou fotografias com a população local, acompanhado pelo governador regional de Kiev, Oleksiy Kuleba.

“Vocês vão conseguir expulsar todos os russos do vosso país”, afiançou Johnson às autoridades locais, citado pela Reuters.

O antigo primeiro-ministro disse ainda que é “um privilégio visitar a Ucrânia a convite do Presidente Zelensky” e afirmou que “o sofrimento do povo ucraniano já dura há demasiado tempo”.

“Chegou o momento de dar aos ucranianos todas as ferramentas de que eles precisam para terminar o trabalho [vencer a guerra]”, defendeu. “A única forma de acabar com a guerra é a Ucrânia vencê-la. E vencê-la o mais rapidamente possível. Quanto mais cedo Putin falhar, melhor será para a Ucrânia e para todo o mundo.”

Antes de ter abandonado oficialmente o cargo, em Setembro, o ex-primeiro-ministro conservador foi um dos principais líderes ocidentais a mobilizar esforços e meios para a Ucrânia, tendo visitado Kiev várias vezes e discursado no Parlamento nacional.

Na semana passada, o presidente da câmara da capital, Vitali Klitschko, atribui-lhe a simbólica medalha de “Cidadão de Kiev”. E, este domingo, o Ministério da Defesa da Ucrânia dedicou-lhe palavras elogiosas.

“Amigos destes são mais valiosos do que um esquadrão de tanques. Estamos satisfeitos por receber Boris Johnson — uma pessoa que tem estado com a Ucrânia desde o primeiro dia”, lê-se na conta de Twitter do ministério.

Afastando os rumores de um alegado desconforto com a visita de Johnson a Kiev, o actual primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, disse, através do seu assessor de imprensa, que “apoiará sempre todos os colegas que demonstram que o Reino Unido está com a Ucrânia e que irá continuar a apoiá-la”.

Sunak – cuja demissão do cargo de ministro das Finanças, em Julho do ano passado, deu início à onda de renúncias que acabou por derrubar o Governo de Boris Johnson – visitou a capital da Ucrânia em Novembro, tendo prometido fornecer armas de defesa antiaérea e ajuda humanitária ao Governo do Zelensky.

Este domingo ficou ainda marcado por mais uma mensagem de apoio à Ucrânia por parte de dois importantes aliados ocidentais de Kiev.

Num encontro entre o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, em Paris, por ocasião dos 60 anos do Tratado do Eliseu (1963) — que consagrou a reconciliação entre a Alemanha e a França —, os dois líderes prometeram “continuar a dar à Ucrânia, pelo tempo que for necessário, todo o apoio de que necessita”.

Estas declarações surgem dois dias depois de os aliados ocidentais terem falhado um acordo para o envio de tanques Leopard 2 para a Ucrânia, em grande medida por falta de “luz verde” da Alemanha, onde são produzidos.

O Presidente francês disse que não exclui a possibilidade de enviar tanques Leclerc para o território ucraniano.

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