Com greve marcada, negociações prosseguem entre TAP e tripulantes de cabina

Com uma greve de sete dias no horizonte, a TAP e o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil voltam a reunir-se esta sexta-feira.

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TAP diz que a greve vai obrigar ao cancelamento de 1316 voos Nuno Ferreira Santos

As negociações entre a administração da TAP e o sindicato que representa os tripulantes de cabina prosseguem em vésperas da greve convocada para o período de 25 a 31 de Janeiro que, de acordo com a empresa, poderá pôr em causa a realização de 1316 voos e afectar 156 mil passageiros.

Na quinta-feira, ao final do dia, teve lugar “mais uma ronda negocial” entre a administração presidida por Christine Ourmières-Widener e a direcção do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) com vista a alcançar um acordo que, para já, parece distante. Esta sexta-feira, dia 20 de Janeiro, haverá nova reunião.

Em comunicado, o sindicato revela que “durante a reunião [de quinta-feira, 19 de Janeiro], os dirigentes sindicais expressaram que, para além dos pontos não alcançados [no acordo], o próprio documento não transmite a confiança necessária para a sua ratificação, em virtude de vários anos de interpretações peregrinas da empresa”.

O SNPVAC diz esperar que a gestão da transportadora e a tutela, exercida pelo ministro das Infra-estruturas, João Galamba, “tenham entendido, que o resultado de ontem [da assembleia-geral de associados que chumbou a proposta de acordo da TAP] não advém somente do documento, mas de vários anos de interpretações unilaterais, que quebraram a confiança na Administração [da companhia]”.

Esta sexta-feira haverá nova ronda negocial e o sindicato que representa os tripulantes promete comunicar os resultados aos associados “logo que possível, para não haver dúvidas e deturpações da mensagem”.

A TAP contabiliza o custo da greve convocada pelo SNPVAC em “48 milhões de euros (29,3 milhões em receitas perdidas e 18,7 milhões em indemnizações aos passageiros)”.

Galamba esteve reunido na quinta-feira com o SNPVAC, pouco antes dos trabalhadores votarem a nova proposta da TAP, e mostrou-se confiante de que não haveria greve, saudando o “espírito de compromisso” do sindicato presidido por Ricardo Penarroias.

Galamba reconheceu que a paralisação de sete dias “causaria um grave dano à empresa”.

Mas esse é um cenário que não está afastado. De acordo com o SNPVAC, para desconvocar a greve é preciso que a TAP satisfaça 14 pontos relacionados com “vários assuntos pendentes”, fora do âmbito do novo acordo de empresa, incluindo, por exemplo, o ajuste das ajudas de custo.

“Se a TAP satisfizer todos esses 14 pontos a greve terá de ser desconvocada sob pena de vir a ser considerada ilegal”, afirmou a direcção do sindicato num documento enviado aos associados.

A mesa da assembleia geral (AG) do SNPVAC decidiu “deixar a AG em aberto, podendo convocar a sua continuação com uma antecedência mínima de 24h, com a anuência dos associados presentes”.

“Esta decisão prende-se com a garantia da total salvaguarda do direito de participação de todos os associados, no caso de vir a ser apresentada uma nova proposta por parte da TAP”, explicou o presidente da mesa da AG, Ricardo Andrade.

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