João Galamba confiante de que não haverá nova greve na TAP

Ministro esteve esta manhã reunido com com a direcção do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, pouco antes dos trabalhadores votarem a nova proposta da TAP.

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João Galamba, ministro das Infra-estruturas, esteve reunido com a direcção presidida por Ricardo Penarroias Nuno Ferreira Santos

O novo ministro das Infra-estruturas, João Galamba, esteve esta manhã reunido com a direcção do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), poucas horas antes dos tripulantes de cabina da TAP votarem a nova proposta da companhia aérea, que poderá fazer desmarcar a greve de 25 a 31 deste mês.

“O ministro das Infra-estruturas saúda a direcção do sindicato pelo espírito de compromisso que permitiu chegar a um documento importante para um futuro de sustentabilidade e crescimento da TAP”, refere o Ministério das Infra-estruturas em comunicado, numa referência à minuta de acordo que vai a votos esta manhã num hotel em Lisboa, com início marcado para as 10 horas.

“Perante a informação prestada pela direcção do sindicato sobre o acordo alcançado, o ministro está convicto de que a assembleia geral do SNPVAC dará um passo decisivo para a melhoria da situação dos trabalhadores e da companhia aérea, permitindo evitar uma greve de sete dias que causaria um grave dano à empresa”.

De acordo com o SNPVAC, para que não haja greve é preciso que a TAP satisfaça 14 pontos, algo que não estava alcançado na véspera da AG. “Se a TAP satisfizer todos esses 14 pontos a greve terá de ser desconvocada sob pena de vir a ser considerada ilegal”, afirmou a direcção do sindicato num documento enviado aos associados. Esses 14 pontos estão relacionados “vários assuntos pendentes”, fora do âmbito do novo acordo de empresa, desde o ajuste das ajudas de custo à efectivação de tripulantes de cabina.

À entrada para a AG, o presidente do SNPVAC, Ricardo Penarroias, afirmou aos jornalistas, citado pela Lusa, ser “muito provável” que os tripulantes decidam manter a greve. “Foi uma conversa construtiva, informal, sensibilizando para a importância do momento, a importância que uma greve poderá ter para a saúde financeira da empresa. Nós somos sempre sensíveis a isso”, disse o presidente do SNPVAC.

Num esclarecimento enviado aos tripulantes de cabina no dia passado dia 15, a direcção frisou que os 14 pontos em causa “foram a base da greve já realizada e continuam a ser a base para o pré-aviso de greve já decretado pelo SNPVAC”. “Para que não restem dúvidas, a proposta a apresentar na assembleia geral não é a do novo AE [Acordo de empresa], mas sim a proposta referente aos 14 pontos exigidos pelos associados. A satisfação desses pontos pendentes permitirá, sim, iniciar as negociações do novo AE, de forma tranquila”, adiantou a direcção sindical.

“A cruzada contra o acordo de emergência continuará na ordem do dia”, afirmou-se nesse esclarecimento, com a direcção a adiantar que “não é uma batalha exclusivamente dos tripulantes”. “Não podem estar os tripulantes de cabina na vanguarda da contestação, enquanto outros contestam mas continuam a cumprir as suas agendas negociais”, defenderam os dirigentes dos SNPVAC.

A assembleia geral que decorre esta manhã foi marcada com carácter de urgência no passado dia 12, três dias depois de o presidente da assembleia geral do SNPVAC ter informado os tripulantes de cabina que no dia seguinte ia ser entregue um pré-aviso de greve para 25 a 31 de Janeiro, na sequência de decisões anteriores dos trabalhadores e da falta de entendimento com a administração da TAP.

Num comunicado enviado no dia 10 aos tripulantes de cabina, a direcção do SNPVAC destacou que “actual administração [da TAP] continua a não querer compreender a revolta e a indignação” dos tripulantes de cabina, depois de já ter havido uma greve nos dias 8 e 9 de Dezembro que levou ao cancelamento de 360 voos.

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