Investigadores vão estudar impacto da exploração mineira no solo e na água

Projecto financiado em 4,5 milhões de euros que visa estudar o impacto da exploração mineira no solo e água e arranca em Janeiro de 2023.

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S34I explorará Copernicus e outros sensores de satélite (ópticos e radar) e vai servir-se fe outras técnicas/métodos in-situ, e trabalho de campo para calibração, validação ou para complementar os dados Copernicus Sentinel/ESA

Investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) lideram um projecto financiado em 4,5 milhões de euros que visa estudar o impacto da exploração mineira no solo e água, usando técnicas não invasivas de exploração da Terra. Em comunicado, a FCUP revela que o projecto vai recorrer a técnicas não invasivas de observação da Terra a partir do espaço, nomeadamente, satélites, drones e outras tecnologias geoespaciais.

Citada no documento, a investigadora e coordenadora do projecto, Ana Cláudia Teodoro, esclarece que este trabalho "vai explorar a interface entre a água e a terra em termos de prospecção".

No âmbito do projecto está já prevista uma "primeira paragem para trabalho de campo" nas Rias Baixas, na Galiza (Espanha), onde os investigadores vão tentar perceber a transição entre o meio terrestre e marinho.

Esta transição é um dos "principais desafios" do trabalho que irá abranger todas as fases do ciclo de vida da mineração, a nível da exploração de matérias-primas "críticas", como o cobalto, cobre e níquel. "Ao serviço dos investigadores estarão veículos autónomos submarinos, diversos equipamentos e novos sensores hiperespectrais", salienta a FCUP.

Financiado pelo programa Horizonte Europa da Comissão Europeia, o projecto, intitulado S34I, arranca em Janeiro de 2023 e decorre até 2025, ano em que os investigadores deverão ter concluídas "um conjunto de recomendações, informações e soluções destinadas à indústria mineira com impacto na sustentabilidade".

"Queremos contribuir para uma transição verde, mas também para apoiar a aceitação social da mineração e para uma melhor legislação", acrescenta a investigadora, que se especializou em detecção remota nas zonas costeiras.

Os resultados da investigação serão "validados" em diferentes locais, bem como em diferentes fases do ciclo de vida da mineração, nomeadamente, "prospecção em terra em Espanha, prospecção costeira na costa atlântica da Península Ibérica, fase de extracção na Áustria e fase de encerramento e pós-encerramento na Finlândia e na Alemanha".

O projecto integra 19 parceiros de 12 países europeus, desde empresas, centros de investigação, academia e serviços geológicos nacionais.

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