Natal será chuvoso, mas menos frio. IPMA recomenda condução defensiva

Superfície frontal fria com ondulações provocará chuva por vezes forte e persistente entre os dias 23 e 26. Os termómetros deverão registar valores “acima da média para a época do ano”.

Foto
Regiões a norte do sistema Montejunto-Estrela deverão ser as mais afectadas Paulo Pimenta

Esta terça-feira começou com um desagravamento da precipitação face ao início da semana, mas este será um Natal chuvoso, prevê o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Sobretudo nas regiões a norte do sistema Montejunto-Estrela, os dias 23 a 26 deverão ser caracterizados por períodos de chuva por vezes forte e persistente, particularmente no litoral. Porém, apesar da chuva, poderemos ter à nossa espera um Natal mais quentinho (ou menos frio), com temperaturas acima da média para a época do ano.

A partir da tarde de sexta, o país começará a sentir os efeitos da passagem de uma “superfície frontal fria com ondulações”, explica ao PÚBLICO Nuno Lopes, meteorologista do IPMA. O especialista diz que, embora seja previsível que o dia 24 (véspera de Natal) comece com precipitação somente nas regiões Norte e Centro, o mau tempo deverá, com o passar do dia, estender-se a todo o território. No dia 25, similarmente, “podemos ter precipitação no país todo”, diz.

Bruno Café, também meteorologista do IPMA, diz que, após o mau tempo do início desta semana, nesta quarta e quinta-feira podemos esperar dias mais calmos, com “precipitação fraca nas regiões Norte e Centro” e reduzida probabilidade de chuva no Sul.

i-video

A Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil registou entre as 00h e as 7h15 desta terça-feira 40 ocorrências em Portugal continental devido ao mau tempo.

Mas a chuva mais intensa deverá regressar na sexta-feira, especialmente a norte do sistema Montejunto-Estrela, reforça. A região Sul deverá ser a mais “protegida”, mas isso “não quer dizer que [aí] não ocorrerá precipitação” durante a quadra natalícia, avisa.

Entre os dias 23 (sexta-feira) e 26 (segunda-feira), o vento deverá intensificar-se, especialmente na faixa costeira do litoral oeste e nas terras altas, mas, pelo menos neste momento, não se prevê que dele resultem ocorrências especialmente graves ou preocupantes, refere Bruno Café.

Natal com máximas a rondar 20 graus Celsisus

Sobre as temperaturas, o meteorologista diz que nos dias de chuva os termómetros deverão registar valores “acima da média para a época do ano”. Neste momento, as previsões apontam para 20 graus Celsius de temperatura máxima em Faro no dia 25. Lisboa deverá chegar aos 18 graus, com o Porto a rondar os 16 ºC.

“Continuamos num período de muita precipitação” e, por isso, os solos, “sobretudo no Norte no litoral Centro”, estão muito saturados, confirma Bruno Café. Por causa disto, há que estar atento à chuva que cairá durante a época natalícia. Se as previsões se confirmarem e ela realmente for “persistente no litoral, sobretudo nas regiões Norte e Centro”, “com certeza que terá o seu impacto” no que diz respeito a possíveis cheias, diz.

É normal haver precipitação nesta altura do ano. Mas os últimos anos habituaram-nos a períodos de chuva se calhar menos prolongados”, acrescenta o meteorologista.

Lembrando que estamos numa altura do ano em que as pessoas se deslocam muito, Nuno Lopes aproveita para deixar ainda o apelo a uma “condução defensiva”. Com a chuva, o piso rodoviário pode ficar escorregadio e podem também formar-se lençóis de água nas estradas. É importante ter “especial atenção às condições rodoviárias”, frisa o meteorologista do IPMA.

As famílias que tencionam viajar devem “planear as suas viagens com antecedência, de forma a aproveitar os períodos em que a meteorologia está menos gravosa, para assim reduzir os riscos para todos”, recomendou esta manhã Miguel Miranda, presidente do IPMA, em declarações à SIC Notícias.

Devido à chuva, os distritos de Beja, Braga, Bragança, Évora, Faro, Guarda, Portalegre, Porto e Vila Real estiveram sob aviso amarelo até às 15h desta terça-feira. A madrugada foi muito chuvosa, com a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) a registar 40 ocorrências entre a meia-noite e as 7h15, mas estas ocorrências constituíram sobretudo quedas de árvores e pequenas inundações. “Foi uma noite muito calma”, disse esta manhã à Lusa o comandante Miguel Oliveira, da ANEPC.

Sugerir correcção
Comentar