Twitter divulga crescimento recorde de utilizadores para convencer anunciantes

Num e-mail enviado a alguns anunciantes, o Twitter diz ter ultrapassado a fasquia dos 250 milhões de utilizadores activos desde que Elon Musk assumiu o controlo da empresa, a 27 de Outubro.

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O Twitter está a tentar convencer os maiores anunciantes a permanecerem na rede social EPA/GEORGE NIKITIN

No meio do tumulto dos últimos dias, suscitado desde que Elon Musk assumiu o controlo do Twitter e comunicou uma série de decisões que lançaram o caos na rede social, a tecnológica norte-americana procura agora acalmar os principais anunciantes e assegurar o seu investimento, depois de vários decidirem suspender anúncios. Num e-mail enviado a várias empresas, o Twitter garante que o crescimento de novos utilizadores está a acelerar e atingiu recordes na última semana.

Segundo avança o Financial Times, o Twitter enviou, esta segunda-feira, um e-mail a alguns dos seus maiores anunciantes, dando conta de que o crescimento dos chamados utilizadores diários activos monetizáveis (uma métrica que contabiliza o número de utilizadores activos a quem a plataforma mostra anúncios) atingiu o “nível mais elevado de sempre” na semana passada, aumentando 20% em termos anuais, o que compara com a subida de 15% que se registava no segundo trimestre. Ainda de acordo com este e-mail, no mercado norte-americano, o maior do Twitter, o crescimento será ainda mais acelerado.

Em concreto, desde o final do segundo trimestre, o Twitter contabiliza mais 15 milhões destes utilizadores, tendo ultrapassado, dessa forma, os 250 milhões de utilizadores activos. Nos resultados financeiros relativos ao segundo trimestre, apresentados no final de Julho, o Twitter dava conta de 237,8 milhões de utilizadores activos.

A empresa procura, assim, apresentar indicadores positivos que se verificam desde a chegada de Elon Musk – que fechou a operação de compra do Twitter a 27 de Outubro, um negócio que lhe custou 44 mil milhões de dólares (praticamente o mesmo valor em euros, à cotação actual) –, ao mesmo tempo que espera afastar a ideia de que haverá uma fuga desta rede social desde que o bilionário assumiu o seu controlo.

Mas estes são dados contraditórios com aqueles que o próprio Elon Musk apresentou recentemente. Num tweet publicado a 4 de Novembro, o novo dono do Twitter justificava os despedimentos em massa com as perdas de receita da empresa, que, segundo os seus cálculos, ascendem a 4 milhões de dólares por dia.

Certo é que tanto marcas como personalidades têm dito adeus ao Twitter nos últimos dias. Sara Bareilles, Toni Braxton, Mick Foley, Gigi Hadid, Erik Larsen, Ken Olin, Téa Leoni são alguns dos famosos que saíram da rede social, enquanto marcas como a General Motors, Mondelez, Carlsberg, United Airlines, Volkswagen e General Mills suspenderam os anúncios, um golpe forte para uma empresa que tem na publicidade mais de 90% das suas receitas.

Noutra tentativa de convencer as empresas a ficarem, o Twitter estará também, ainda de acordo com o Financial Times, a anunciar que as marcas passarão a contar com uma etiqueta “Oficial”, a par da etiqueta azul de autenticação que existe actualmente e que, a partir de quarta-feira vai passar a ser vendida por um preço mensal de 7,99 dólares em mercados de maior dimensão, como os Estados Unidos, Austrália e Reino Unido.

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