Ataque ao Capitólio: comissão de inquérito do Congresso vai intimar Trump a depor

Comissão de inquérito votou unanimemente a favor de chamar o ex-Presidente a prestar declarações para a investigação ao ataque de 6 de Janeiro de 2021.

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Nona audiência pública da comissão de investigação pode ser a última antes da divulgação do relatório EPA/Alex Wong / POOL

A comissão de inquérito que está a investigar o ataque de 6 de Janeiro de 2021 ao Capitólio dos Estados Unidos votou unanimemente, esta quinta-feira, a favor de intimar o ex-Presidente Donald Trump a depor sobre o caso.

A intimação obriga o antigo Presidente norte-americano a fornecer documentos relacionados com o ataque ao Capitólio e a prestar declarações sob juramento.

No encontro público desta quinta-feira o representante democrático Bennie Thompson, prometeu revelar novas provas durante uma discussão que serviu para decidir os caminhos a tomar na investigação.

“Numa traição espantosa ao seu juramento, Donald Trump tentou um plano que levou a um ataque a um pilar da nossa democracia”, disse o presidente do painel no início da audiência.

Durante a reunião, vários membros da comissão afirmaram que Trump foi “o centro” dos acontecimentos de 6 de Janeiro de 2021. “É a pessoa no centro da história do que aconteceu a 6 de Janeiro. Por isso queremos ouvi-lo”, disse Thompson.

Ainda antes da votação, o democrata sublinhou que o ex-Presidente “tem de prestar contas” sobre o sucedido: “É uma questão de responsabilidade para com o povo americano”.

A ideia foi também reforçada pela republicana Liz Cheney, co-presidente do grupo de trabalho, que apresentou a moção para intimar Donald Trump. A congressista republicana Cheney afirmou que a comissão tem “informação suficiente” para avançar com acções criminais contra vários indivíduos.

Os membros da comissão argumentaram que o ex-Presidente republicano planeou negar antecipadamente a sua derrota eleitoral e continuou com esse discurso mesmo quando os conselheiros próximos lhe disseram que tinha perdido. O grupo apresentou, durante duas horas, várias declarações e documentos para justificar a decisão que acabariam por votar no final do encontro.

Foram também divulgados vídeos dos bastidores do congresso no dia do ataque ao Capitólio, com vários minutos da presidente de Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, rodeada por líderes democratas e republicanos, a procurarem ajuda na Administração Trump.

“Sabemos agora mais sobre as intenções do Presidente Trump para a noite de eleições. As provas mostram que o seu falso discurso de vitória foi planeado com bastante antecedência, antes de qualquer voto ter sido contado. Foi um plano premeditado do Presidente para declarar vitória, independentemente do resultado real”, disse a democrata Zoe Lofgren.

De acordo com a lei federal norte-americana, o incumprimento de uma intimação do Congresso para apresentação de documentos ou testemunho é um delito punível com um a 12 meses de prisão. Caso a intimação seja ignorada, a Câmara dos Representantes vota sobre se submete ou não a intimação ao Departamento de Justiça, que tem autoridade para decidir se deve apresentar queixa.

Esta foi a nona reunião pública da comissão este ano, depois de outras oito audiências este ano e uma em Julho de 2021. Pode ser o último encontro público comissão antes da divulgação do relatório final, que é esperado antes das eleições intercalares, marcadas para 8 de Novembro, que irão decidir para que lado cairá o controlo do Congresso.

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