Parque biológico da Porta do Mezio inaugura para preservar espécies de animais autóctones do Gerês

A Porta do Mezio é uma das cinco portas de entrada do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) e terá, a partir desta quinta-feira, um parque biológico que servirá para preservar espécies de animais autóctones em extinção.

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Parque será a casa de espécies como o cavalo garrano, a vaca da raça cachena ou o burro mirandês DR
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“É um projecto que dará condições à preservação de espécies em extinção”, sintetizou o presidente da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, João Manuel Esteves (PSD), o propósito do novo parque biológico da Porta do Mezio, inaugurado esta quinta-feira.

Uma das cinco portas de entrada do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), a Porta do Mezio tem, a partir de agora, um parque biológico – que será aberto a público apenas no final deste mês -, que será a casa de espécies autóctones em extinção, como são os casos do cavalo garrano, da vaca da raça cachena ou do burro mirandês, mas também de espécies selvagens, como o javali, a cabra-montês ou o corço.

“São animais que vieram de outros parques biológicos e do centro de recuperação de Castelo Branco. Nenhum estava preparado para voltar à natureza e muitos vêm para aqui para terem um fim de vida com condições excepcionais”, explicou Pedro Teixeira, da Ardal (Associação Regional de Desenvolvimento do Alto Lima), responsável pela gestão do espaço.

Com 11 hectares, o parque biológico vai acolher 22 espécies animais - entre selvagens, animais de quinta, aves de rapina, e galináceos -, 50 espécies vegetais, e criar seis habitats naturais. A componente da flora, que já havia sido inaugurada em 2014, conta com 3,5 hectares, e a parte para a fauna, aberta ontem, tem 7,5 hectares. O parque dispõe ainda de um percurso pedonal de 1,5 quilómetros.

Além da conservação dos recursos endógenos, o projecto, enunciou João Manuel Esteves, dedicar-se-á “à educação ambiental, à promoção do território, e ao desenvolvimento sócio-económico. A expectativa é a de que o novo recurso natural “ajude a atrair pessoas e investimento”, em áreas como a “restauração, o alojamento local, a animação turística, ou a pequena indústria ligada aos produtos locais.

O Parque Biológico da Porta do Mezio teve um custo de 1,15 milhões de euros e foi implementado em duas fases: na primeira, destinada à flora, o projecto foi apoiado pelo programa Norte 2020 em 350 mil euros, e na segunda, dedicada à criação dos habitats naturais, ao percurso pedonal e à sinalética instalada, foi apoiado pelo POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos) em 800 mil euros. De acordo com João Manuel Esteves, o parque estará em constante transformação: “Haverá sempre animais a sair e outros a entrar, e áreas que podem ainda ser aumentadas”.

Autarca pede mais financiamento

O secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, João Paulo Catarino, marcou presença na inauguração do parque biológico e o presidente da Câmara de Arcos de Valdevez aproveitou para solicitar um “instrumento ou um mecanismo financeiro específico para a área do PNPG, que é o único parque natural nacional e um elemento único no país”, lembrando que o PNPG é actualmente gerido num modelo de co-gestão, dividido entre os cinco municípios que abrangem o território (Arcos de Valdevez, Melgaço, Montalegre, Ponte da Barca e Terras de Bouro) e o ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas).

Em resposta ao pedido, o governante recordou que, desde 2018, o Estado já investiu 90 milhões de euros na conservação da natureza, entre mecanismos como o POSEUR e o fundo ambiental, e que o PNPG recebeu “mais de 10%” do valor.

“Temos 32 áreas protegidas em Portugal e este valor demonstra bem a diferenciação positiva que o Governo atribuiu a este parque nacional”, referiu João Paulo Catarino, garantindo que, “independentemente de haver um fundo de financiamento específico” para o Gerês, o Governo estará “sempre atento” ao PNPG porque o “país esteve demasiados anos sem investir na área protegida e é necessário recuperar o tempo perdido”.

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