Euro atinge mínimo de 20 anos face ao dólar

Moeda única recuou para 0,9899 dólares norte-americanos, mas voltou a valorizar-se entretanto.

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O BCE decide em Setembro se faz uma nova subida das taxas de juro Reuters/WOLFGANG RATTAY

O euro atingiu nesta terça-feira um novo mínimo de quase 20 anos, quando caiu 0,4%, para 0,9899 dólares norte-americanos. Entretanto, a moeda única está em alta, registando minutos depois das 16h uma valorização de 0,49% face ao fecho de segunda-feira, subindo para 0,999 dólares.

Na semana passada a cotação do euro ainda correspondia a um dólar, mas no início desta semana deixou de negociar na paridade face à moeda da maior economia mundial.

O dólar tem vindo a subir depois de a Reserva Federal dos Estados Unidos ter reforçado as medidas de combate à inflação, através de uma subida das taxas de juro no final de Julho, que ajudam à valorização da moeda.

A desvalorização do euro que agora se verificou, seguida da recuperação durante o dia, acontece depois da divulgação de novos dados económicos sobre a região da zona euro (o índice composto PMI) que apontam para uma retracção da actividade económica em Agosto no sector privado, tal como já acontecera em Julho.

As perspectivas económicas no grupo dos países que partilham a moeda única estão condicionadas pela evolução da crise energética, num momento em que crescem as preocupações de que a Rússia possa cortar o financiamento do gás natural à Europa, escreve o Financial Times.

A empresa pública russa Gazprom anunciou uma nova suspensão no abastecimento através do gasoduto Nord Stream entre 31 de Agosto e 2 de Setembro, justificando a paragem com a necessidade de realizar trabalhos num compressor, interrupção que poderá ter contribuído para o agravamento dos preços para novos máximos que se verificaram no início desta semana no mercado holandês TTF, referência a nível europeu para o gás.

Depois de fazer o primeiro agravamento das taxas de juro de referência em 11 anos, o Banco Central Europeu (BCE) tomará em Setembro uma nova decisão sobre as taxas de juro, tendo já em conta os mais recentes valores sobre a evolução da taxa da inflação, que, em Julho voltou a aumentar, ao atingir os 8,9%.

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