Depois de dois anos de interregno devido à pandemia, o Festival do Bacalhau está de regresso, estimando servir, durante cinco dias, um total de 22 mil refeições. No Jardim Oudinot, na Gafanha da Nazaré, está já tudo a postos para, de 10 a 14 de Agosto, receber um total de 180 mil visitantes - é a estimativa da Câmara Municipal de Ílhavo, que organiza o evento em conjunto com a Confraria Gastronómica do Bacalhau.
À vertente gastronómica volta a juntar-se a animação musical e cultural, com um programa de concertos que vai desde os Sons do Minho (dia 10) aos UHF (dia 12), passando por Bárbara Bandeira (dia 11), Os Quatro e Meia (dia 13) e Dulce Pontes (dia 14). Uma das novidades da edição deste ano passa pelo “Jantar do Capitão”, que presta tributo aos que dedicaram (ou ainda dedicam) a sua vida a pescar o “fiel amigo”. No comando vai estar o chef Duarte Eira, do Restaurante Salpoente, que promete reinventar alguns pratos de bacalhau mais tradicionais.
Pastéis de bacalhau do Senhor Capitão, saladinha de bacalhau de cura amarela, creme de bacalhau perfumado com aipo, surpresa de um estufadinho de samos e línguas com grão-de-bico e mousse de queijo da serra e sementes de abóbora da Terra Nova são algumas das iguarias que compõem o menu do “Jantar do Capitão”, agendado para a última noite do festival e sujeito a lugares limitados (100 pessoas) e reserva prévia. O “embarque” está previsto para as 19h, na tenda da Confraria Gastronómica do Bacalhau e a viagem tem um custo de 30 euros por pessoa (com vinhos, digestivo e café incluídos).
Será um tributo à figura responsável por “conduzir o navio ao bacalhau e trazer a tripulação sã e salva de regresso”, enquadra Hugo Coelho, grão-mestre da Confraria Gastronómica do Bacalhau. “Todas as funções a bordo têm o seu mérito e responsabilidade mas, no fundo, o capitão é a segurança e responsabiliza-se por trazer o bacalhau”, acrescenta, anunciando que o jantar de dia 14 contará com a participação de vários capitães que estarão a partilhar os seus conhecimentos e experiências com os convivas presentes.
Outra das novidades da edição deste ano passa pelo Navio-Museu Santo André, que está atracado naquele jardim e reabriu recentemente ao público com um novo projecto museográfico. Durante os dias do festival, acontecerão visitas especiais e, nas noites de 11, 12 e 13, acontecerá a apresentação da peça de teatro “Além dos Mares de Fim do Mundo”.
Um festival amigo do ambiente
Neste festival onde é possível provar o bacalhau confeccionado “de mil e uma maneiras, por 14 associações locais”, o compromisso com a sustentabilidade ambiental não foi esquecido. A Câmara Municipal de Ílhavo já fez saber, em comunicado, que o evento recorrerá a “copos e toalhetes reutilizáveis, contentores específicos para os biorresíduos e utilização de detergentes ecológicos, obtidos através do óleo alimentar”.
Essas preocupações ambientais do evento já mereceram o destaque do presidente da autarquia ilhavense, João Campolargo, que realçou, ainda, “a possibilidade de visitação do Navio-Museu Santo André, um património museológico de pesca longínqua único, a nível nacional”. Para o autarca, “o Festival do Bacalhau é um forte investimento na promoção da gastronomia, enquanto marca muito forte do território e da região, da economia local e da dinamização do tecido associativo”.
Além dos serviços de almoços e jantares nas tendas geridas pelas associações, o festival aposta também num programa de degustações, provas, concursos e showcookings. No que toca à animação, mantêm-se as tradicionais “Corrida Mais Louca da Ria” (dia 13) e a “Volta ao Cais em Pasteleira” (dia 14).
O evento conta com um parque de estacionamento gratuito com 600 lugares, localizado entre o Ecomare e o Jardim Oudinot. Nesta edição do Festival do Bacalhau, a Noruega é o país convidado e será representado pela Noorwegian Seafood Council, empresa pública responsável pela divulgação dos produtos noruegueses em todo o mundo.