Instagram acusado de encorajar distúrbios alimentares em adolescentes

Duas famílias processaram a Meta, acusando a rede social Instagram de causar comportamentos aditivos em adolescentes.

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Rui Gaudencio

A Meta Platforms Inc, empresa proprietária do Facebook, foi alvo de dois novos processos judiciais. A empresa é acusada de incentivar distúrbios alimentares e outros problemas de saúde mental em utilizadores adolescentes do Instagram. O caso é o mais recente numa série de processos que relacionam as redes sociais com o impacto na saúde mental em crianças.

Duas famílias, ambas representadas por Laura Marquez-Garret do Centro Jurídico de Vítimas das Redes Sociais, apresentaram as acções legais no tribunal federal de São Francisco. Os processos alegam que o Instagram fez com que as raparigas se tornassem viciadas na rede social e desenvolvessem ansiedade e depressão. Afirmam que a Meta tinha conhecimento de que havia pessoas a tornarem-se viciadas no serviço, e que as adolescentes eram especialmente vulneráveis. Acrescentaram ainda que a empresa não verificou a idade das utilizadoras em causa —​ permitindo que as queixosas entrassem na rede social quando tinham apenas 12 anos, apesar da idade mínima exigida de 13 anos — e falharam na protecção das menores em relação a mensagens de cariz sexual.

Ambos os processos também alegaram que o algoritmo recomendou ​“'amigos’ que eram, de facto, utilizadores adultos do Instagram que ou também sofriam dos mesmos problemas de saúde mental, ou usavam o Instagram para encontrar e explorar jovens raparigas”.

Há pelo menos outros nove processos contra a Meta, que alegam perigo para a saúde mental de menores, incluindo um que acusa a empresa de ter contribuído para o suicídio de uma menina de 11 anos. Ainda estão todos na fase inicial.

Em Fevereiro, as senadoras americanas Amy Klobuchar, democrata, e Cynthia Lummis, republicana, apresentaram um projecto-lei com o objectivo de dar resposta a questões de adição às redes sociais. O projecto-lei pede à Fundação Nacional da Ciência e à Academia Nacional das Ciências, Engenharia e Medicina para estudar potenciais medidas que as redes sociais podem tomar para desencorajar comportamentos aditivos. Também pretende dar autonomia à Comissão Federal do Comércio para, com base nos resultados do estudo, criar leis que obriguem as redes a cumprir as medidas.

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